No mês em que os brasileiros celebram o Patrimônio Nacional – o ponto alto será no dia 17 –, dois monumentos de destaque no Centro Histórico de Ouro Preto, na Região Central, são alvo de pichação. Os ataques de vandalismo, com tinta spray, foram no Chafariz de Marília, do século 18, e na Ponte da Barra, informou, ontem, o secretário municipal de Cultura e Patrimônio, Zaqueu Astoni Moreira. A Polícia Militar (PM) fez o boletim de ocorrência e a delegada Adriana Ferreira apura o caso, mas, como se trata de monumentos em área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as informações deverão ser encaminhadas à Polícia Federal (PF).
“Esses casos precisam ter punição severa”, defende Zaqueu, adiantando que, até amanhã, será feita a limpeza dos monumentos por funcionários da prefeitura local. Ele explicou que, por sorte, o ataque foi na parte de alvenaria, e não nas pedras de cantaria, o que dificultaria o serviço. Uma câmera flagrou o momento da pichação e o material gravado foi entregue à delegada para não atrapalhar as investigações, disse Zaqueu. Na tarde de ontem, ele teve um encontro com a promotora de Justiça da Vara Criminal, Luíza Helena da Fonseca, com a juíza da Vara Criminal Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque e Silva e o delegado regional Silvério Rocha.
TESTEMUNHAS A pichação do Chafariz de Marília ocorreu na madrugada de segunda para terça-feira, e da Ponte de Barra, de sábado para domingo. Os monumentos são tombados individualmente pelo Iphan. Segundo um morador de Ouro Preto que prefere não se identificar, o vandalismo no chafariz teria sido feito por quatro mulheres, na faixa de 25 anos de idade, sendo três turistas de Santa Catarina e uma de Belo Horizonte. Uma delas seria estudante de psicologia. O grupo teria chegado à cidade a Ouro Preto na segunda-feira e se hospedado numa república do Bairro Antônio Dias. Já o vandalismo na ponte teria sido obra de dois rapazes.
Uma curiosidade no caso, investigada pela polícia, é que as letras são muito parecidas. Na ponte, os pichadores deixaram mensagens políticas contra o presidente da República, Michel Temer. O secretário municipal de Cultura e Patrimônio informou que o Chafariz de Marília, localizado no Largo de Marília, em frente ao Clube 15 de Novembro, no Bairro Antônio Dias, faz referência a Marília de Dirceu, nome dado a Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, noiva e musa inspiradora do poeta inconfidente Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810).
RESTAURO O chafariz pichado faz parte de um conjunto de 22 chafarizes restaurados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, do governo federal. A maioria foi construída entre 1740 e 1760, época de grandes investimentos em obras públicas na então capital da Capitania de Minas Gerais, chamada de Vila Rica. A pichação ocorre no momento em que está sendo restaurado o Chafariz dos Contos, no Centro Histórico de Ouro Preto, que, depois de mais de 20 anos no seco, e com muitos problemas na preservação, voltará à cena barroca com a mesma serventia do século 18: jorrando água. Os recursos de R$ 52 mil para a obra são do Fundo Municipal do Patrimônio e a expectativa é de que tudo fique pronto no fim de outubro ou início de novembro.
“Esses casos precisam ter punição severa”, defende Zaqueu, adiantando que, até amanhã, será feita a limpeza dos monumentos por funcionários da prefeitura local. Ele explicou que, por sorte, o ataque foi na parte de alvenaria, e não nas pedras de cantaria, o que dificultaria o serviço. Uma câmera flagrou o momento da pichação e o material gravado foi entregue à delegada para não atrapalhar as investigações, disse Zaqueu. Na tarde de ontem, ele teve um encontro com a promotora de Justiça da Vara Criminal, Luíza Helena da Fonseca, com a juíza da Vara Criminal Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque e Silva e o delegado regional Silvério Rocha.
TESTEMUNHAS A pichação do Chafariz de Marília ocorreu na madrugada de segunda para terça-feira, e da Ponte de Barra, de sábado para domingo. Os monumentos são tombados individualmente pelo Iphan. Segundo um morador de Ouro Preto que prefere não se identificar, o vandalismo no chafariz teria sido feito por quatro mulheres, na faixa de 25 anos de idade, sendo três turistas de Santa Catarina e uma de Belo Horizonte. Uma delas seria estudante de psicologia. O grupo teria chegado à cidade a Ouro Preto na segunda-feira e se hospedado numa república do Bairro Antônio Dias. Já o vandalismo na ponte teria sido obra de dois rapazes.
Uma curiosidade no caso, investigada pela polícia, é que as letras são muito parecidas. Na ponte, os pichadores deixaram mensagens políticas contra o presidente da República, Michel Temer. O secretário municipal de Cultura e Patrimônio informou que o Chafariz de Marília, localizado no Largo de Marília, em frente ao Clube 15 de Novembro, no Bairro Antônio Dias, faz referência a Marília de Dirceu, nome dado a Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, noiva e musa inspiradora do poeta inconfidente Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810).
RESTAURO O chafariz pichado faz parte de um conjunto de 22 chafarizes restaurados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, do governo federal. A maioria foi construída entre 1740 e 1760, época de grandes investimentos em obras públicas na então capital da Capitania de Minas Gerais, chamada de Vila Rica. A pichação ocorre no momento em que está sendo restaurado o Chafariz dos Contos, no Centro Histórico de Ouro Preto, que, depois de mais de 20 anos no seco, e com muitos problemas na preservação, voltará à cena barroca com a mesma serventia do século 18: jorrando água. Os recursos de R$ 52 mil para a obra são do Fundo Municipal do Patrimônio e a expectativa é de que tudo fique pronto no fim de outubro ou início de novembro.