Testemunhas já começaram a ser ouvidas pela Polícia Civil no inquérito que apura agressões sofridas por um garoto de 10 anos, que é autista, dentro de uma escola onde ele estuda em Venda Nova, Belo Horizonte. A mãe do estudante afirma que o agressor seria um monitor da instituição de ensino. Vídeos divulgados por ela mostram a violência sofrida pelo filho. A vítima já passou por exame de corpo de delito.
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No início deste mês, veio a confirmação. “Uma pessoa filmou e passou para mim. Era durante as aulas de informática, era o horário da inclusão. O professor de apoio que agredia ele. O vídeo chegou no dia 1º de agosto”, conta a mãe. São diversas imagens que mostram o homem puxando as orelhas e o nariz do menino, que chora.
A mãe da criança contou que registrou um novo boletim de ocorrência e acionou advogados. Entre o lamento e a revolta, ela quer que os responsáveis sejam punidos, até para evitar que outras crianças passem por isso. “Eu quero justiça, porque não pode acontecer o que aconteceu com o meu filho”, enfatiza.
Processo
Um dos advogados da família, Rafael Felipe Amaral da Cunha, diz que a defesa está acompanhando o inquérito instaurado pela Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente (Depca). Ainda não é possível ligar as lesões mais graves, como o dente quebrado, à ação do agressor, o que vai depender de perícia. Segundo ele, o monitor flagrado no vídeo será processado e as pessoas que viram os episódios de violência, mas não tomaram nenhuma atitude, serão investigadas.
Cunha afirma que a instituição de ensino foi omissa. “A escola sempre dizia que os hematomas eram de quedas, porque ele tem muito pouca mobilidade.
Rafael Cunha também diz que a defesa já está se organizando para mover uma ação contra o município. “Com o trauma que ele passou, vai precisar de acompanhamento psicológico, psiquiátrico, de odontologia.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte confirmou que o funcionário foi demitido por justa causa e que foi realizada uma reunião com a família e a direção para falar sobre o caso. “Vale ressaltar que a Secretaria Municipal de Educação repudia veemente a atitude do monitor em relação a essa criança e que tal episódio não reflete a política de inclusão adotada na rede municipal de educação”, afirmou.
(RG)
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