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Reforço da fiscalização em BRs revela abuso de álcool ao volanteAcidente com ônibus clandestino que matou 11 em Salinas expõe fiscalização precáriaConfira as mudanças no trânsito da Rua Sapucaí e do Viaduto Leste neste fim de semanaObra na MG-050 altera o trânsito na região de Mateus LemeObras na Nossa Senhora do Carmo vão até outubro e podem complicar trânsito Blitze da Lei Seca têm 104 motoristas detidos por dirigir alcoolizados em MinasBlitze da Lei Seca terminam com 40 pessoas detidas por dirigir alcoolizadas em MinasNa época, de julho de 2011 até 2014, as ações tinham sempre uma identidade visual forte, com banners e balões que marcavam a característica principal das operações. Hoje, a frequência desse tipo de ênfase visual diminuiu, mas, em contrapartida, aumentaram as ações específicas da Polícia Militar com características de blitz comum, incrementando consideravelmente o número de testes com bafômetro.
Se por um lado os números mostram o cerco cada vez mais fechado para a mistura de bebida e direção, por outro, o desafio ainda é grande na cidade, já que o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran) registrou, no primeiro semestre deste ano, um acidente com envolvimento de motorista alcoolizado a cada 2,5 dias em BH, número que pode ser ainda maior, já que existem áreas da cidade em que os batalhões responsáveis pelo território de cada região é que fazem o registro, caso a batida ocorra entre as 23h e as 6h30.
Além disso, todos os dias são aplicadas quatro multas a condutores alcoolizados na cidade, nesse caso incluindo não só a área de ruas e avenidas, mas também trechos de rodovias que estão dentro do município de Belo Horizonte, como o Anel Rodoviário e a MG-010, entre outros.
Outro índice em que houve redução é o número de flagrantes de condutores alcoolizados, em comparação ao número de abordagens. Em 2011, por exemplo, ano de início das operações temáticas em BH, foram 958 flagrantes em apenas seis meses, equivalente a 9% das abordagens. Neste ano, as autoridades de segurança flagraram 227 motoristas alcoolizados, o que equivale a apenas a 0,42% das abordagens do período.
“Aumentamos o número de operações no batalhão e todos os dias da semana temos ações específicas da Lei Seca em quatro pontos diferentes da cidade, usando o critério de concentração de bares e incidência criminal para definir os locais”, afirma o tenente Said. Ele também acredita que a redução de flagrantes se deu por conta de dois fatores. “Por um lado tem a intensificação da fiscalização, que torna as pessoas mais conscientes, e por outro o custo maior das multas, que subiram para R$ 2.934,70, sendo que o valor é dobrado na reincidência em um ano e o condutor fica sem a CNH por 12 meses”, afirma.
O número de multas aplicadas aos condutores flagrados alcoolizados também diminuiu desde o início da fiscalização mais dura da Lei Seca (veja quadro), mas a quantidade de motoristas cujo teste do bafômetro deu positivo no primeiro semestre de 2017 mostra que o problema ainda é um desafio. As 732 infrações de janeiro a junho de 2017, de acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG), significam um motorista alcoolizado interceptado pelas autoridades a cada seis horas em BH.
O advogado Carlos Cateb, que participou da elaboração do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), acrescenta que a Justiça precisa participar ativamente desse processo, responsabilizando os condutores que cometem os crimes de trânsito de forma ágil. “Muitos casos de embriaguez prescrevem, gerando a sensação de impunidade. A fiscalização e a punição são muito importantes, já que, lamentavelmente, os motoristas não têm a consciência. As campanhas educativas também precisam aparecer com mais frequência para criar essa consciência”, afirma Cateb.
O planejamento para o futuro das operações de fiscalização da Lei Seca prevê intensificação ainda maior das abordagens, segundo o subsecretário de Integração de Segurança Pública da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Marcelo Vladimir Corrêa.
Marcelo Vladimir diz que a Sesp pretende aumentar o número de operações integradas, mas também afirma que a pasta vai dar mais suporte tecnológico e operacional à PM para que a corporação possa também ter mais efetividade em suas operações. Um dos exemplos citados pelo subsecretário é a disponibilização para a PM do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), unidade móvel da Sesp que concentra tecnologia para facilitar o trabalho das polícias na busca por informações e, consequentemente, aumenta a efetividade do trabalho. “Penso que essa parte preventiva provoca nas pessoas uma sensação de que não vale a pena beber e dirigir e com isso elas têm um comportamento diferente.”
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