Leia Mais
Copasa reduz captação do Rio das Velhas por causa do risco de restrição de uso Revitalização do Rio das Velhas prevê investimento de R$ 50 milhões até 2020Seca e despejo ilegal de resíduos transformam afluente do Rio das Velhas em canal de esgotoAutoridades lançam novo plano de revitalização do Rio das VelhasExpedição chega ao fim mostrando cenário de poluição do Rio da VelhasMoradores de BH são os que mais contribuem para a poluição do Rio das VelhasCheiro desagradável de esgoto afasta população do Rio das VelhasVida resiste à poluição do Rio das Velhas, entre Nova Lima e Rio AcimaCopasa anuncia investimento de R$ 530 milhões para o Rio das VelhasFalta de chuva coloca reservatório de Três Marias no limiteRio das Velhas entra oficialmente em estado de alerta em Nova LimaCriminosos roubam dinheiro de agência do Banco do Brasil em ResplendorComo o Rio das Velhas é muito importante para o abastecimento da Grande BH, e já registrou no mês de agosto vazões menores do que a média mínima histórica de 10,25 metros cúbicos por segundo durante sete dias seguidos, o que coloca o curso d'água no último estágio antes da necessidade de reduzir de forma obrigatória as captações, as intervenções se tornam necessárias, segundo o presidente do CBH/Velhas, Marcus Vinícius Polignano.
"Esses últimos quatro anos tem sido mais ou menos esse o cenário. O que temos assistido é uma perda cada vez maior de rio. Cada vez o nosso rio tem diminuído em quantidade, qualidade e vitalidade. Mesmo que chova muito, se nós não revertermos o quadro para que o solo possa se alimentar de água, possa manter essa água durante o ano fortalecendo nascentes, nós vamos ter cada vez rios mais secos e isso cria uma insegurança hídrica para a capital no médio e longo prazo", diz.
Segundo ele, a Copasa vai reduzir de 6,5 metros cúbicos por segundo para 5,5 m³s a captação em Honório Bicalho, o que significa 15% a menos. Além disso, a Vale vai paralisar sua captação na Mina da Fábrica, deixando de puxar água do Córrego Mata Porcos nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro de 2017, e vai reduzir em 50% a captação no Rio Itabirito para sua unidade de Vargem Grande.
Já a Anglogold continuará mantendo uma vazão de 2 m³s em seu sistema Rio do Peixe. Por fim, a Cemig se comprometeu a aumentar a vazão da represa de Acuruí, contribuindo para liberar mais água para o Velhas e assim deixando o manancial mais tempo longe do período de restrição extrema.
Tudo isso será feito para alcançar um objetivo de manter pelo menos uma vazão superior a 9 metros cúbicos no Velhas, já que ainda restam mais dois meses de seca e a situação poderia piorar se nenhuma medida emergencial fosse adotada.
Desde que a crise hídrica foi revelada pela primeira vez para a população da Grande BH em janeiro de 2015, a relação com a água teve mudanças em Minas Gerais e uma deliberação normativa estabelceu parâmetros para regular o uso da água de acordo com as vazões dos mananciais.
No caso do Rio das Velhas, a vazão de 10,25 m³s é o padrão mínimo histórico considerado na estação de Honório Bicalho. Valores abaixo desse patamar que se repetirem por sete dias consecutivos colocam o trecho medido em estado de alerta, último patamar antes das restrições obrigatórias de uso. Foi isso que aconteceu entre 3 e 10 de agosto, quando a vazão máxima em Honório Bicalho marcou 9,7 m³s e a mínima 8,9 m³s.
Caso essses valores cheguem a um patamar menor do que 7,17 m³s e se repitam abaixo desse limite por mais sete dias, o manancial entrará no estágio mais crítico, a restrição de uso.
A reportagem do EM procurou a Copasa, mas a empresa informou que só vai se manifestar após uma reunião que vai acontecer amanhã, quinta-feira, junto com o Grupo Gestor da Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão). Na semana passada, a empresa que cuida do abastecimento em parte da Grande BH já havia anunciado redução da captação no Velhas por conta da situação de baixa vazão, porém, sem informar o percentual do corte. .