Quase 11 meses após assassinar o namorado da ex-mulher em um apartamento na Pampulha, em Belo Horizonte, o empresário Antônio Azevedo dos Santos, de 47 anos, foi preso na capital mineira. O homem, que chegou a se apresentar à polícia na época do crime, mas acabou sendo beneficiado pela legislação eleitoral, foi encontrado em uma agência bancária na Avenida Francisco Sá, no Bairro Gutierrez, na Região Oeste de Belo Horizonte, após uma denúncia anônima. Havia um mandado de prisão em aberto contra ele.
O empresário era procurado desde quando se apresentou à delegacia dias depois do crime, e foi solto devido à lei eleitoral, que determina que nenhum eleitor pode ser preso ou detido a partir de cinco dias antes da eleição, a não ser em flagrante ou para cumprimento de sentença criminal. De acordo com a Polícia Civil, Antônio estava em uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF) e, ao ser abordado por policiais militares, se identificou com outro nome. Porém, os documentos dele foram conferidos e constatada sua real identidade. Ele foi encaminhado para a delegacia.
O crime que chocou moradores da capital mineira é atribuído ao ciúme possessivo do empresário. As investigações apontaram que Antônio planejou o homicídio. Segundo a polícia, ele estava seguindo para Nova Serrana, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, com os filhos, quando viu, pelo celular, a ex-mulher chegando com o namorado ao prédio, no Bairro Jardim Atlântico, na Pampulha. Como já tinha sido síndico do edifício, ele tinha acesso às imagens de câmeras de segurança.
Segundo a investigação, o empresário chegou ao prédio por volta das 4h. Como já conhecia a rotina e a localização dos equipamentos de segurança, desligou as câmeras e foi até a área privativa que dá acesso ao apartamento da ex-mulher. Ainda de acordo com as apurações, usando ferramentas que levou ao local, cortou a rede que cercava a área.
Em depoimento, a ex-mulher contou que estava dormindo com o namorado, Guilherme Elias Veisac, de 32, quando Antônio chegou ao apartamento. A vítima disse que ele apontava uma arma e a ameaçava de morte. Guilherme teria tentado acalmá-lo, quando foi atingido por um disparo. Antes de ir embora, segundo as investigações, o suspeito ameaçou a ex-mulher, dizendo que isso aconteceria com todos os homens com quem ela se relacionasse, e que ele não a mataria por enquanto. Na fuga, levou os celulares que estavam no apartamento e o telefone fixo.
(RG)