Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) indicam que a prevalência de HIV no Brasil é de 0,4% a 0,7% na população de 15 a 49 anos. Apesar de não haver estatísticas específicas para Belo Horizonte, o dado nacional pode ser usado como referência, o que significa dizer que cerca de 10 mil pessoas podem estar infectadas pelo vírus em BH. O número leva em consideração a estimativa de população da capital mineira em 2015 e a prevalência mínima do programa, de 0,4%. Mas há grupos em que a taxa de infecção é muito superior, o que preocupa autoridades de saúde. Os percentuais mais altos têm sido percebidos entre dois deles: homens jovens, de 15 a 29 anos, que fazem sexo com outros homens e que têm registrado 10% de positividade para HIV. Entre as profissionais do sexo, os exames têm sido reagentes, ou seja, positivos, em 5% dos casos.
Foi por volta dos seus 29 anos que o assistente administrativo R., hoje com 38 anos, se infectou com o HIV. Em 2014 ele recebeu o diagnóstico, mas já estava contaminado havia cerca de seis anos, segundo profissionais de saúde que fazem seu acompanhamento na rede SUS-BH. A descoberta do vírus ocorreu quando ele procurou um centro de saúde em estado debilitado e sintomas como emagrecimento e baixa imunidade. Depois de vários exames, descobriu que tinha sífilis e também estava com o vírus que transmite a Aids. Em seis meses, a sífilis estava tratada, mas a infecção pelo HIV, incurável, exige dele tratamento contínuo e acompanhamento para detecção da carga viral, hoje muito baixa.
“Na época foi uma notícia muito difícil. A médica que me atendeu disse que eu já estava com o vírus havia mais tempo, cerca de seis anos, por causa da minha condição física debilitada. A sífilis foi uma doença secundária e por causa dela é que descobri o HIV”, contou R. Apesar de hoje ele levar uma vida normal e ter bom estado de saúde, o paciente que se trata na Rede SUS-BH disse ter revelado a infecção para poucas pessoas. “Ainda existe muito preconceito e falta de aceitação, porque as pessoas ainda enxergam o vírus pensando em um estereótipo, quando, na verdade, qualquer pessoa pode estar infectada, não somente grupos específicos”, destacou.
Ele ainda critica as campanhas de conscientização em torno do tema. “As campanhas que chamam para o teste e para a infecção sempre tratam da prevenção, do diagnóstico e do tratamento. Mas não focam na questão do estigma em torno de quem tem o vírus”, opinou. A respeito da rede de testagem em BH, o assistente afirma que o serviço é eficiente e importante, principalmente por ser gratuito e acessível. Mas defende que o atendimento deveria ser estendido aos hospitais, nos mesmos moldes dos centros de saúde e de centros de testagem.
Medicação A gerente do Centro de Testagem e Aconselhamento Sagrada Família, Raquel Álvares da Silva, confirma que os resultados positivos têm se concentrado entre o público masculino jovem, que é também maioria na unidade, que realiza cerca de 800 testes rápidos por mês. “São, de modo geral, pessoas esclarecidas, com acesso à informação, e que ainda assim têm tido relações sexuais desprotegidas. Muitos relatam que não usam o preservativo”, diz. Há ainda uma crescente “medicação da prevenção”, como explica a gerente. “As pessoas têm optado pela profilaxia pós-exposição em vez de se prevenir”, afirma.
Segundo ela, muitas pessoas, em vez de usar preservativo, recorrem aos medicamentos que fazem parte do coquetel usado no tratamento da Aids para evitar a contaminação pelo HIV. Esses medicamentos devem ser tomados em até 72 horas para impedir a infecção pelo vírus e sempre com orientação médica.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que os tratamentos das infecções pelo HIV/Aids, hepatites virais e sífilis são gratuitos e integralmente disponíveis pela Rede SUS e que, quanto mais precoce forem o diagnóstico e início do tratamento, menores as possibilidades de adoecimento e transmissão desses agravos para outras pessoas.
Foi por volta dos seus 29 anos que o assistente administrativo R., hoje com 38 anos, se infectou com o HIV. Em 2014 ele recebeu o diagnóstico, mas já estava contaminado havia cerca de seis anos, segundo profissionais de saúde que fazem seu acompanhamento na rede SUS-BH. A descoberta do vírus ocorreu quando ele procurou um centro de saúde em estado debilitado e sintomas como emagrecimento e baixa imunidade. Depois de vários exames, descobriu que tinha sífilis e também estava com o vírus que transmite a Aids. Em seis meses, a sífilis estava tratada, mas a infecção pelo HIV, incurável, exige dele tratamento contínuo e acompanhamento para detecção da carga viral, hoje muito baixa.
“Na época foi uma notícia muito difícil. A médica que me atendeu disse que eu já estava com o vírus havia mais tempo, cerca de seis anos, por causa da minha condição física debilitada. A sífilis foi uma doença secundária e por causa dela é que descobri o HIV”, contou R. Apesar de hoje ele levar uma vida normal e ter bom estado de saúde, o paciente que se trata na Rede SUS-BH disse ter revelado a infecção para poucas pessoas. “Ainda existe muito preconceito e falta de aceitação, porque as pessoas ainda enxergam o vírus pensando em um estereótipo, quando, na verdade, qualquer pessoa pode estar infectada, não somente grupos específicos”, destacou.
Ele ainda critica as campanhas de conscientização em torno do tema. “As campanhas que chamam para o teste e para a infecção sempre tratam da prevenção, do diagnóstico e do tratamento. Mas não focam na questão do estigma em torno de quem tem o vírus”, opinou. A respeito da rede de testagem em BH, o assistente afirma que o serviço é eficiente e importante, principalmente por ser gratuito e acessível. Mas defende que o atendimento deveria ser estendido aos hospitais, nos mesmos moldes dos centros de saúde e de centros de testagem.
Medicação A gerente do Centro de Testagem e Aconselhamento Sagrada Família, Raquel Álvares da Silva, confirma que os resultados positivos têm se concentrado entre o público masculino jovem, que é também maioria na unidade, que realiza cerca de 800 testes rápidos por mês. “São, de modo geral, pessoas esclarecidas, com acesso à informação, e que ainda assim têm tido relações sexuais desprotegidas. Muitos relatam que não usam o preservativo”, diz. Há ainda uma crescente “medicação da prevenção”, como explica a gerente. “As pessoas têm optado pela profilaxia pós-exposição em vez de se prevenir”, afirma.
Segundo ela, muitas pessoas, em vez de usar preservativo, recorrem aos medicamentos que fazem parte do coquetel usado no tratamento da Aids para evitar a contaminação pelo HIV. Esses medicamentos devem ser tomados em até 72 horas para impedir a infecção pelo vírus e sempre com orientação médica.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que os tratamentos das infecções pelo HIV/Aids, hepatites virais e sífilis são gratuitos e integralmente disponíveis pela Rede SUS e que, quanto mais precoce forem o diagnóstico e início do tratamento, menores as possibilidades de adoecimento e transmissão desses agravos para outras pessoas.