Jornal Estado de Minas

Servidores da UPA Venda Nova protestam por maior segurança e investimento na unidade



Servidores da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Venda Nova realizaram nesta manhã um protesto em frente à unidade para denunciar a precariedade de serviços e infra-estrutura da rede pública municipal de saúde.

De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), a falta de remédios e insumos, como alimentação, toalhas e lençóis, têm ocasionado vários episódios de agressão verbal e física durante o atendimento. Os setores com maior ocorrência de violência na unidade Venda Nova são de classificação de risco e pediatria.

Durante o prostesto dessa manhã, a diretora do Sindibel, Cleide Donária, destacou que desde o início do ano, o sindicato contabilizou 123 casos de violência nos 152 centros de saúde da capital. Oito desses casos foram registrados na UPA Venda Nova.

A precariedade da unidade é apontada, muitas vezes, como um gatilho para a violência. "Os usuários ficam insatisfeitos com a falta de alimentos, vêm pouca comida e não dá para todo mundo. Além disso, o atendimento acaba demorando pela falta de recursos. As pessoas ficam irritadas e acabam agredindo as enfermeiras.
Muitas vezes é uma agressão verbal, mas há casos em que o paciente quebra cadeiras e parte pra cima do funcionário.", relata Inês de Oliveira, Assessora de Imprensa do Sindibel.

Segurança

Os servidores alegam que a falta de segurança das unidades é um reflexo da retirada dos guardas municipais fixos dos centros de saúde em janeiro deste ano. "O patrulhamento da Guarda Municipal é feito em ronda, com viaturas trafegando pelo entorno das unidades. Porém quando acontece uma situação complicada nem sempre eles estão por perto para auxiliar.", ressalta a assessora Inês de Oliveira.

Em julho, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou que a Guarda Municipal faria patrulhamento fixo durante a madrugada em nove Unidades de Pronto-Atendimento da capital. Cada unidade teria uma viatura disponível no período das 19h às 7h. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), esse patrulhamento fixo não tem ocorrido.


Resposta

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que a Guarda Municipal monitora os casos de violência nas unidades e que não há falta de insumos na rede pública municipal. Confira a nota na íntegra:

 

"1- No que se refere à segurança, as 9 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital passaram a contar com a presença fixa de Guardas Municipais, desde julho;

2- As solicitações feitas pela comunidade e trabalhadores são avaliadas pela gestão, juntamente com o Conselho Local de Saúde;

3- A SMSA monitora de forma frequente a situação nas unidades de saúde em que há relatos de violência e trabalha para atender as demandas da população e trabalhadores;

4- No que se referem aos porteiros das unidades, as UPAs da capital contam com porteiros em todos os plantões. Em relação ao Centro de Especialidades Médicas (CEM Venda Nova), a unidade conta com o apoio da Guarda Municipal, que faz rondas frequentes no local;

5- A UPA Venda Nova está com a equipe completa inclusive com relação à pediatria, são três pediatras fixos, por plantão os demais são cinco clínicos e um cirurgião. A Unidade não conta com ortopedista em seu quadro de profissionais, os pacientes que procuram a UPA com demanda para esta especialidade, são encaminhados para a UPA Norte e para o Pronto-Atendimento do Hospital Risoleta Neves;

6- Na UPA Venda Nova, 19/08, de meia noite às 23h59, foram atendidas 215 fichas verdes, 45 amarelas, sete laranjas e duas vermelhas, totalizando 269 atendimentos. Já no dia 20/08, foram 280 atendimentos, sendo que destes, 220 de pacientes classificados como verdes;

7- Na manhã desta segunda-feira, 21/08, foram realizados o total de 82 atendimentos, até às 10h30, sendo 75 pacientes classificados como verde (não urgentes);

8- Na UPA Venda Nova não constam relatos recentes de violência física à equipe de profissionais. Pontualmente ocorrem agressões verbais;

9- De forma geral, não há falta generalizada de insumos e materiais. No que se refere ao enxoval, quando há falta, são utilizados lençóis de papel. O abastecimento de álcool gel nas unidades está regular.

Quando há falta pontual, a SMSA trabalha para a rápida reposição;

10- A alimentação nas UPAs da capital é fornecida aos pacientes que estão internados nas unidades. São oferecidos café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. O fornecimento está regular."   

 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie  

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