A Polícia Civil cumpriu ontem à tarde em Belo Horizonte mandado de busca e apreensão na empresa e na casa de um dos coachings mais renomados do país. A corporação apura denúncias de que dezenas de mulheres teriam sido assediadas por ele. A delegada Cristiana Angelini, titular da 1ª Delegacia Sul, não deu detalhes sobre a operação e informou apenas que há muito material a ser analisado. Disse ainda que se trata de um caso “delicado”.
A primeira parada da equipe foi na Casa Coaching, na Rua Cláudio Manoel, na Savassi. De lá, os policiais levaram duas CPUs, caixas com documentos e todos os materiais eletrônicos que havia no endereço, de acordo com a delegada, incluindo um tablet. Também foi cumprido mandado na casa do head master coach da empresa, Chistyano Malta, na Rua Dona Marianinha, na Serra, Região Centro-Sul da capital.
De acordo com o site da Casa Coach, além de BH, a empresa tem representação em sete estados, Distrito Federal e três países, sendo formada por uma equipe de coaches do Brasil e exterior. As informações dão conta ainda de que o negócio é voltado para a pesquisa e desenvolvimento de coaching, liderança e gestão sustentável, treinamentos, pesquisa e desenvolvimento de metodologias aplicadas ao coaching e a pessoas e empresas.
Mulheres ouvidas pelo Estado de Minas afirmam que, apesar de o treinamento ser sobre vida e carreira, Christyano Malta se aproveitaria do trabalho para se aproximar delas. “Ele aborda as mulheres pelas redes sociais e as envolve. Assedia gente do país inteiro, ao promover um verdadeiro turismo sexual pelo Brasil. Ele fala de sexo o tempo inteiro, se aproxima e toca nas mulheres. Manda que usem calcinha colorida para ativar os chacras”, conta uma mulher, que preferiu anonimato.
Uma das vítimas que foram à delegacia depor contra o coach relata que teve contato com ele há dois anos, quando começou a segui-lo pelas redes sociais. Na ocasião, ele pediu para ela levar na empresa o currículo para uma possível oportunidade como assistente. O contato era via WhatsApp e foi por meio desse mecanismo que Malta, segundo a denúncia, disse que sua energia sexual estava bloqueada e que, para se tonar uma mulher empoderada, teria de liberá-la.
“Vulnerável ou não, eu acreditei. Ele começou a me perguntar se eu estava me relacionando com alguém, se já tinha tido relação com mais de um cara na mesma noite, a cor da calcinha e que, por ser uma mulher dominadora, tinha que me relacionar com homens mais experientes. Eu não entedia que tipo de ferramenta de trabalho era aquela”, conta. “Ele falava de questões cada vez mais íntimas do mundo feminino e, como eu sempre ficava assustava, não ia à Casa Coaching. Até o dia em que ele me pôs na parede e disse que precisava ter contato físico e que, se eu não fosse, o processo não continuaria”, lembra.
“Sentamos para meditar, pediu para fechar os olhos, controlar a respiração e sentir a energia vinda de minhas partes íntimas. Foram 10 minutos nesse processo, até que me mandou levantar e encostar as costas na parede. Assim o fiz e, quando assustei, ele estava, literalmente, encostado em mim”, afirma. “Perguntei o que era aquilo, disse que ele é um cara casado. Ele deu uma desculpa qualquer e, na hora, entendi como um homem dando em cima de mim, porque não imaginei que estivesse fazendo o mesmo com outras mulheres.”
Recentemente, ela descobriu nas redes sociais relatos de uma coach também de Belo Horizonte contando histórias similares à sua. Em contato com a profissional, ela decidiu ir à polícia. “Reviver essa história me machuca muito, mas ele tem que pagar. Tive medo de depor, mas entendi que não posso mudar o que ele fez comigo, mas posso mudar para que não faça com mais ninguém”, diz. “Não conhecia nada do coach. Subentende-se que alguém que procura um coach, um psicólogo ou um psiquiatra está vulnerável e foi dessa forma que muitas mulheres caíram. Eu achava o trabalho dele motivacional, ele era referência. Era uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Só agora voltei a acreditar no coach, pois meu irmão se formou e, então, percebi que as ferramentas que ele usava não tinham nada a ver.”
Em nota, a Casa Coaching disse que “o coach informa que aguarda recebimento de intimação e está à disposição das autoridades”.
A primeira parada da equipe foi na Casa Coaching, na Rua Cláudio Manoel, na Savassi. De lá, os policiais levaram duas CPUs, caixas com documentos e todos os materiais eletrônicos que havia no endereço, de acordo com a delegada, incluindo um tablet. Também foi cumprido mandado na casa do head master coach da empresa, Chistyano Malta, na Rua Dona Marianinha, na Serra, Região Centro-Sul da capital.
De acordo com o site da Casa Coach, além de BH, a empresa tem representação em sete estados, Distrito Federal e três países, sendo formada por uma equipe de coaches do Brasil e exterior. As informações dão conta ainda de que o negócio é voltado para a pesquisa e desenvolvimento de coaching, liderança e gestão sustentável, treinamentos, pesquisa e desenvolvimento de metodologias aplicadas ao coaching e a pessoas e empresas.
Mulheres ouvidas pelo Estado de Minas afirmam que, apesar de o treinamento ser sobre vida e carreira, Christyano Malta se aproveitaria do trabalho para se aproximar delas. “Ele aborda as mulheres pelas redes sociais e as envolve. Assedia gente do país inteiro, ao promover um verdadeiro turismo sexual pelo Brasil. Ele fala de sexo o tempo inteiro, se aproxima e toca nas mulheres. Manda que usem calcinha colorida para ativar os chacras”, conta uma mulher, que preferiu anonimato.
Uma das vítimas que foram à delegacia depor contra o coach relata que teve contato com ele há dois anos, quando começou a segui-lo pelas redes sociais. Na ocasião, ele pediu para ela levar na empresa o currículo para uma possível oportunidade como assistente. O contato era via WhatsApp e foi por meio desse mecanismo que Malta, segundo a denúncia, disse que sua energia sexual estava bloqueada e que, para se tonar uma mulher empoderada, teria de liberá-la.
“Vulnerável ou não, eu acreditei. Ele começou a me perguntar se eu estava me relacionando com alguém, se já tinha tido relação com mais de um cara na mesma noite, a cor da calcinha e que, por ser uma mulher dominadora, tinha que me relacionar com homens mais experientes. Eu não entedia que tipo de ferramenta de trabalho era aquela”, conta. “Ele falava de questões cada vez mais íntimas do mundo feminino e, como eu sempre ficava assustava, não ia à Casa Coaching. Até o dia em que ele me pôs na parede e disse que precisava ter contato físico e que, se eu não fosse, o processo não continuaria”, lembra.
“Sentamos para meditar, pediu para fechar os olhos, controlar a respiração e sentir a energia vinda de minhas partes íntimas. Foram 10 minutos nesse processo, até que me mandou levantar e encostar as costas na parede. Assim o fiz e, quando assustei, ele estava, literalmente, encostado em mim”, afirma. “Perguntei o que era aquilo, disse que ele é um cara casado. Ele deu uma desculpa qualquer e, na hora, entendi como um homem dando em cima de mim, porque não imaginei que estivesse fazendo o mesmo com outras mulheres.”
Recentemente, ela descobriu nas redes sociais relatos de uma coach também de Belo Horizonte contando histórias similares à sua. Em contato com a profissional, ela decidiu ir à polícia. “Reviver essa história me machuca muito, mas ele tem que pagar. Tive medo de depor, mas entendi que não posso mudar o que ele fez comigo, mas posso mudar para que não faça com mais ninguém”, diz. “Não conhecia nada do coach. Subentende-se que alguém que procura um coach, um psicólogo ou um psiquiatra está vulnerável e foi dessa forma que muitas mulheres caíram. Eu achava o trabalho dele motivacional, ele era referência. Era uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Só agora voltei a acreditar no coach, pois meu irmão se formou e, então, percebi que as ferramentas que ele usava não tinham nada a ver.”
Em nota, a Casa Coaching disse que “o coach informa que aguarda recebimento de intimação e está à disposição das autoridades”.