Jornal Estado de Minas

Igreja afasta padre suspeito de assediar adolescente em Bocaiuva

Um padre de Bocaiuva, no Norte de Minas, foi afastado de suas funções religiosas devido à suspeita de assediar sexualmente um adolescente de  17 anos. Após denúncia feita pela familia, que gravou conversas telefônicas com o sacerdote, o caso está sendo apurado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual. O suspeito deverá comparecer amanhã à delegacia para prestar depoimento.

O padre, de 52 anos, estava em Bocaiuva há quatro meses como vigário da Paróquia do Senhor do Bonfim (padroeiro da cidade). Antes, na manhã desta terça-feira, a assessoria de comunicação da Arquidiocese de Montes Claros informou que, por decisão do arcebispo dom José Alberto Moura, o pároco continuará afastado de suas funções "até que as investigações sejam concluídas e tudo seja esclarecido." O religioso também será alvo de um processo de apuração por parte da Igreja Católica.

Conforme informações divulgadas por uma pessoa da família do adolescente, o assédio teria começado quando o padre conheceu o jovem e o convidou a fazer parte de um grupo de oração. Na mesma ocasião, o pároco teria solicitado o número do telefone celular do adolescente, passando a ligar para ele insistentemente, com conversas libidinosas. Na sequência, o adolescente gravou os contatos telefônicos. Em uma das conversas, o padre teria oferecido dinheiro ao menor em troca de sexo, segundo denúncia da familia da vítima.

O adolescente  e a mãe dele já prestaram depoimentos na delegacia de Polícia Civil de Bocaiuva. O caso é investigado pelo delegado da cidade, Leonardo Diniz.

A reportagem não conseguiu contato com o padre suspeito de assédio sexual para ouvir a versão dele.
Antes de Bocaiuva, ele trabalhou em outras pequenas cidades do Norte de Minas, como Claro dos Poções e Jequitaí.

No início da década de 1990, uma outra denúncia de assédio sexual ocorrido em Bocaiuva, também envolvendo um padre, ganhou repercussão nacional. Na ocasião, o pároco suspeito, que trabalhava na Paróquia do Sagrado Coração (Bairro Pernambuco) foi transferido da cidade após o escândalo.

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