Mineradoras envolvidas no rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas, não estão pagando integralmente seus compromisso com atingidos pelo desastre. É o que sustenta ação civil pública proposta pelo Ministério Público nesta terça-feira. Segundo o MPMG, a ação cobra o real cumprimento da prestação de auxílios financeiros às vítimas da tragédia. Samarco, BHP Billiton e Vale seriam obrigadas a fornecer moradia, cesta básica e auxílio financeiro mensal de um salário mínimo às vítimas, com um acréscimo de 20% por dependente, além de outras compensações.
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MINERADORAS Em notas, as empresas manifestaram desconhecimento da ação movida pelo Ministério Público e informaram que, por isso, não se posicionariam.
A BHP Billiton afirmou seu "compromisso na execução dos programas de compensação e remediação, conforme previsto no Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC)".
A Vale, além de também reiterar compromisso de compensação e reparação, disse que "a promotoria de Mariana tem à sua disposição R$ 300 milhões depositados pela Samarco há quase dois anos para lidar com questões emergenciais derivadas do acidente e até o momento nada foi feito com tais recursos". A empresa também diz ter distribuído cartões de auxílio financeiro e imóveis alugados para abrigar famílias.
*Estagiário sob supervisão do editor André Garcia.