O estudante de 23 anos que relatou na internet ter sido vítima de estupro em Uberaba, no Triângulo Mineiro, foi até uma delegacia da Polícia Civil nesta quarta-feira para formalizar a denúncia. A corporação abriu inquérito para investigar o crime.
O caso foi registrado no último domingo e o relato publicado na página da vítima em uma rede social já tem mais de 3 mil compartilhamentos e 29 mil likes. A brutalidade consta também em boletim de ocorrência feito pela Polícia Militar. “Me sinto humilhado, envergonhado, assustado. Cada lembrança é um pesadelo. Eu olho pro meu corpo agora e só penso que cada corte, cada ferimento e cada dor vão se transformar em força, em esperança, em renascimento”, afirma o texto
Leia Mais
Polícia aguarda representação para investigar denúncia de estupro de universitário em UberabaUniversitário é estuprado ao sair para caminhada em UberabaPolícia investiga denúncia de estupro coletivo contra adolescente de 17 anos em AraguariMotoristas do Uber fazem protesto contra promoção em corridas do aplicativoHomem é preso suspeito de atropelar e estuprar jovem em Governador ValadaresHomens invadem OAB e roubam processos em Santa LuziaHomem é preso por estuprar enteada de 14 anos em Divinópolis“Em resumo, um sujeito para de carro do meu lado, aponta uma arma na minha cara e me faz escolher entre entrar no veículo ou levar um tiro ali mesmo. E não, não tinha ninguém na rua, e também não, não tinha como correr. Ele roda um tempo, entra na mata, e o ato com paus, pedras e arame farpado começa”, contou, no Facebook.
“Caso eu quisesse gritar, a arma na minha boca não deixaria. (...) Não foi sexo, foi tortura”, diz, num dos pontos mais dramáticos do relato.
Mateus afirma que, durante o percurso de quase uma hora e meia, mais de 20 pessoas passaram por ele e todas negaram ajuda. “Acharam que eu era drogado, assaltante... Tudo bem, eu entendo, mas não custava chamar a polícia que era a única coisa que eu conseguia gritar. Eu estava sozinho. Com medo. Por fim, um motoqueiro me faz esse grande favor e depois de meia hora chega a bendita polícia”, relata.
No boletim de ocorrência, a polícia relata que encontrou Mateus sentado na beira da estrada com as mãos e pés amarrados, de calça jeans e sem camisa, bastante abalado.
DESABAFO Em seu texto, Mateus criticou o atendimento, dizendo que nem os policiais nem a equipe médica estavam preparados para um caso semelhante. “Mas você conhecia o agressor? Por que você não correu? Ele não titubeou nenhum momento pra você se aproveitar? e ‘o indivíduo alega’ foram as melhores pérolas que ouvi. Como sempre a culpa é da vítima.”
Em caso de estupro masculino, a vítima deve comparecer à delegacia para fazer a representação e só a partir daí as investigações são instauradas – diferentemente do crime envolvendo mulheres, em que o procedimento é automático.
(RG)
.