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O Diretório informa que tem cobrado da reitoria medidas em relação aos crimes e informa que há uma reunião marcada para falar da situação no câmpus. “Assim que tivermos algum encaminhamento da administração da UFMG teremos maior lucidez para proceder quanto a questão de segurança na universidade. É urgente que nós comecemos a tomar medidas para trazer segurança ao campus Pampulha e toda sua comunidade que aqui transita”, informa o grupo.
O DCE também pede que quem frequent o campus Pampulha seja cauteloso e indica que haverá uma reunião aberta para discutir o assunto com os estudantes.
“Reiteramos nosso pedido que todos os usuários da UFMG tomem cuidado dentro do campus Pampulha e nos seus arredores. Evitem andar sozinhos, em especial em horários de menor movimento. Guardem seus objetos de valor de forma a dificultar seu acesso e visualização. Evitem andar com celular na mão ou com fones de ouvidos conectados. Notifiquem os seguranças e nos avisem nos grupos de redes sociais sobre qualquer ocorrência anormal que presenciarem. Estamos organizando junto ao movimento estudantil (Grêmios, Centros Acadêmicos e Diretórios Acadêmicos) uma reunião aberta e divulgaremos sua data e horário assim que possível”.
O Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) também marcou uma reunião na tarde do dia 28 para debater os casos.
Na manhã desta quinta-feira, o coordenador-geral do DCE, Hygor Hernane Telles, disse à reportagem do em.com.br que a reunião com a reitoria está marcada para hoje.
A orientação é reforçada pelo major Fábio Almeida, comandante da 17ª Companhia da Polícia Militar, responsável pela área. “Tem que ser registrado. Para se ter uma ideia, de todos os comparativos que temos, estamos com redução criminal no entorno. Os registros que chegam pra gente no interior da UFMG são poucos”, explica o militar. Segundo ele, a corporação tem priorizado o entorno com uma viatura que faz rondas pelas avenidas Antônio Abrahão Caram, Antônio Carlos e Carluz Luz.
O major também confirma que houve um registro de um carro roubado no campus Pampulha na noite de quarta-feira. O crime foi cometido por dois homens. “Eles entraram naquela estrutura enorme, já que ela é aberta, se esconderam em um matagal e, na primeira oportunidade, tomaram esse carro de assalto”, explica. A polícia fez uma ação de cerco e bloqueio, mas o veículo não foi localizado. “Esse fato de ontem está muito ligado a essa carga de um jogo grande (a partida de Cruzeiro e Grêmio, no Estádio Mineirão), e muitas pessoas entram na UFMG, saem de lá, e nem são estudantes. E é um lugar aberto ao público”, analisa.
A assessoria de imprensa da UFMG informou ao em.com.br, no início desta tarde, que está apurando o caso. A reunião entre o DCE e a reitoria da universidade não foi confirmada.
Estudantes falam da sensação de insegurança
Os crimes no campus Pampulha viraram tema recorrente das conversas entre os universitários, principalmente entre os que estudam no período noturno. “De dia, o que tava tendo, era um cara que estava entrando no ICB e roubando computador e eletrônicos dentro dos laboratórios de pesquisa.
“A UFMG está num processo de sucateamento. Isso é inegável. A gente vê alguns guardas circulando pela universidade, mas eles estão mais próximos da entrada, nesses lugares mais longes, tipo ICB, Farmácia e Odontologia, realmente é bem escuro e muito vazio. À noite a sensação de insegurança é muito grande principalmente pra quem tem que atravessar o campus”, afirma outra estudante que também pediu anonimato. “Depois das 19h os ônibus internos são raros. A entrada da Carlos Luz é deserta, poucos carros passam por lá e não é seguro fazer o que se faz de manhã, que é pedir carona”, diz. “Me assusta esse tanto de caso, parece que decidiram atacar a UFMG, parece que é algo organizado, sabe? Três roubos em uma mesma noite”, completa.
O modo com os crimes no campus devem ser combatidos também divide opiniões entre os alunos da instituição. Enquanto uma ala defenda um patrulhamento maior da Polícia Militar no local, um outro grupo, contrário à presença dos militares, entende que outras medidas, como a melhoria da iluminação, podem contribuir para que haja uma diminuição nos crimes dentro do campus.
Para o estudante de jornalismo Lucas Negrisoli, não há resposta fácil para a questão da segurança no campus Pampulha. “Ao mesmo tempo que há um medo latente de crimes - principalmente para os alunos do noturno, como eu - há uma memória muito viva de um militarismo dentro da universidade que foi muito prejudicial”, analisa. “É preciso discutir ações sobre a segurança na UFMG, é preciso discutir a presença - ou não - da PM no campus, é preciso discutir os cortes de verba que acabam ajudando bastante no aumento da insegurança. O debate é delicado e tem que ser feito de forma a contemplar toda essa complexidade. Não é uma questão fácil, mas algo precisa ser feito”, enfatiza.
Favorável à presença de policiais militares no campus, uma estudante de biomedicina da instituição relatou que sente medo de andar pela universidade. “Eu nunca passei por nenhuma ocorrência assim lá, mas medo eu tenho sim. Acho muito perigoso, a iluminação é precária, as ruas são desertas e mulher acaba sempre virando um alvo mais fácil.”
Segundo a estudante que frequenta as aulas no turno da noite, apenas a segurança universitária não é capaz de “tomar conta de um espaço tão grande”. Além disto, ela ressaltou que a presença da PM na instituição daria maior sensação de segurança para os alunos. “Nós vamos sentir mais segurança vendo o policiamento pelo campus, acho que a presença da PM seria ótimo.” * Sob supervisão da subeditora Jociane Morais
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