O fogo começou na tarde de domingo. Nesta segunda, as primeiras equipes de combate às chamas chegaram às 3h e seguiram para o o Manancial Cataria, perto do Condomínio Retiro das Pedras. Jipeiros da região também se ofereceram para ajudar as equipes, levando as pessoas até os locais de difícil acesso por terra.
O major Anderson Passos, do comandante do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad) do Corpo de Bombeiros, realizou um sobrevoo pela área no início da manhã. “Tem uma linha de fogo bastante extensa. Vamos priorizar as áreas aqui, a começar pela região de Casa Branca, considerando aqui a influência do vento que pode tocar isso aqui para a região onde tem algumas casas. No momento não há risco, mas nós vamos priorizar justamente por isso”, informou o militar.
Ele também deu detalhes de como será o combate nesta segunda. “De lá, vamos seguir em linha, várias equipes distribuídas na linha para tentar extinguir e fazer o rescaldo. Desfavorável aqui é o vento. A fumaça não está subindo na vertical, ela está se deitando logo ao subir, o que indica um vento muito forte. As nuvens aqui seguindo também numa velocidade muito intensa. O prognóstico aqui é um dia de combate intenso”, finalizou.
A causa do incêndio, de grandes proporções, e a área consumida pelo fogo ainda não foram divulgados, mas o total de incêndios no parque nos primeiros oito meses de 2017 já engoliram um território maior do que o destruído em todo acumulado de 2016.
De janeiro a dezembro do ano passado, 23,67 hectares foram consumidos pelas chamas. De janeiro a julho deste ano, no último balanço disponibilizado pela direção do Rola-Moça, foram 15,27 hectares. Entretanto, apenas um incêndio em agosto passado destruiu 48 hectares.
Com isso, o total da área devastada em 2017 somava ao menos 63,27 hectares até ontem, quando as labaredas começaram a caminhar pela vegetação. Por volta das 14h, quando uma linha de fogo havia se alastrado em direção à cidade de Mário Campos, os ventos foram calculados em 25 km/h.
No domingo, grupos de bombeiros, que contaram com o auxílio de alunos do curso de formação, e brigadistas se dividiram em duas linhas de frente. Uma atuou próxima à estrada asfaltada que corta a área de preservação, nas imediações do Bairro Jardim Canadá, em Nova Lima. A outra, no entorno do manancial Catarina.
O relevo íngreme dificultou o trabalho de bombeiros e brigadistas. Enquanto tentavam apagar as chamas com ajuda das aeronaves, animais fugiam em disparada. O parque é habitat de espécies ameaçadas de extinção, como a onça-parda, a jaguatirica, lobo-guará, o gato-do-mato, o macuco e o veado-campeiro.
O parque é vigiado por quatro câmeras de videomonitoramento, manuseadas pelo Corpo de Bombeiros e IEF. As instituições tentam adquirir mais dois equipamentos para aumentar o campo de visão.
SERRA DO CIPÓ Nesta manhã, os bombeiros conseguiram debelar um incêndio na Serra do Cipó, em Jaboticatubas, na região metropolitana de Belo Horizonte. O fogo começou ontem, por volta das 21h, na Rua Cardeal Mota. Conforme os militares, cerca de 30 mil metros quadrados de mata foram destruídos. (Com informações de Paulo Henrique Lobato)