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Na noite de ontem, com o fogo sem controle e a estrada de acesso a Casa Branca interditada, militares se mantinham de prontidão na via que corta a área verde, no sentido Jardim Canadá/Casa Branca, para evitar que as chamas passassem para o outro lado da pista. “As chamas estão perto do Condomínio Retiro das Pedras, do lado esquerdo. Vamos monitorar para que não passem para o lado oposto”, explicou Marcus Vinícius de Freitas, gerente do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça.
Quatro aviões e um helicóptero deram apoio ontem aos 200 brigadistas e bombeiros, que só conseguiam chegar à área em chamas por meio aéreo. É o segundo incêndio em uma semana no Rola-Moça. O fogo já destruiu matas ciliares do manancial Catarina, onde a Copasa faz captação de água, e boa parte do Monumento Natural Serra da Moeda, nas bacias dos rios Paraopeba e Velhas.
Com as chamas descendo a serra de 1.300 metros de altura, a noite para os moradores do fundo do vale, especialmente no condomínio Quintas de Casa Branca, foi de muita apreensão e de preparação.
Segundo ela, a ajuda de vizinhos foi fundamental, principalmente para remover das beiradas das cercas material que pudesse ser combustível. Ainda assim, foi impossível pregar os olhos durante a noite. “Você não dorme. Passa a noite toda acordada, vendo o fogo descer a serra. Venta muito forte e isso faz as labaredas aumentarem de tamanho e serem direcionadas para o nosso lado. Minha casa ficou toda suja de fuligem por causa das cinzas”, descreveu.
Na BR-040, cerca de três quilômetros distante do foco principal, já se podiam ver as grandes colunas de fumaça cinzenta rompendo o céu sem nuvens.
COMBATE AÉREO A guerra contra as chamas tinha duas frentes. Uma delas era de combate mais direto, com bombeiros e brigadistas do Parque do Rola-Moça sendo desembarcados de helicóptero muito perto da linha de fogo. Em um terreno acidentado, o enfrentamento às chamas com abafadores e bombas era feito sob o som de aviões em rasantes sobre os focos, para bombardeá-los com água e tentar reduzir o poder das labaredas. Na outra linha de combate, nos limites do condomínio abaixo, brigadistas voluntários e mantidos pelo residencial corriam de rua em rua procurando focos que ameaçassem as casas. Uma atenção muito grande foi dada às áreas de mananciais, de onde grossas mangueiras plásticas levam água de duas nascentes para abastecer o condomínio. Nesses pontos, de onde já se podia ouvir o fogo crepitar, os combatentes preferiram manter guarda.
“O mais difícil é que o vento é muito forte e torna as chamas ainda mais agressivas. Traz muita fumaça, que dificulta nossa respiração. Dentro do possível, estamos conseguindo controlar.
Enquanto moradores como ele pegavam ferramentas e arriscavam suas vidas para impedir que o fogo chegasse às propriedades, boa parte das moradias da comunidade estava vazia, já que servem como casas de campo nos fins de semana. Nesses locais, contudo, o uivo dos cães deixados pelos donos dá ideia do medo que os animais enfrentam ao sentir o fogo se aproximar sem ter para onde fugir.
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