Na manhã desta terça-feira, a página Justiça Allan Pontelo já somava mais de 1,7 mil curtidas na rede social. “É com muita dor que eu Marcella Paiva, amiga, parceira e namorada, crio essa página para mobilizarmos essa causa, essa perda lastimável!
Alguns usuários da rede social usaram o espaço para comentar o caso e falar de Allan. “Não merecia isso meu Deus! Tão lindo, gente fina, com uma vida toda pela frente. Internet só dá o rosto dele com a pior notícia. Ainda sem acreditar... só Deus mesmo pra dar o conforto necessário e força à família e amigos pra seguirem em frente sem um pedaço que lhes foi tirado. Meus sentimentos!”, disse uma mulher.
“Que esse caso seja investigado com muita cautela e seriedade. Que os culpados apareçam! Esses monstros não podem ficar impunes! Justiça a Allan Pontelo!”, comentou outra usuária da rede social.
Na tarde passada, o show do Skank que estava marcado para amanhã na boate, foi cancelado. Em um comunicado postado nas redes sociais, a banda afirmou que, diante dos fatos, “não se sente à vontade para se apresentar no local”. “Num momento tão delicado, de tristeza, (a banda) gostaria de prestar sua solidariedade a todos os envolvidos. Esperamos que os fatos sejam rapidamente elucidados e que tudo transcorra com serenidade”, diz a publicação postada no Facebook. Ainda não há data prevista para o novo show, que já estava com ingressos esgotados. Quem adquiriu a entrada deve se dirigir aos postos de venda para reaver o valor pago.
Nesta terça, a assessoria de imprensa do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) informou que as investigações estão em andamento e que o delegado Magno Machado, responsável pelos trabalhos, deve ouvir testemunhas. Por enquanto, ele não vai falar sobre o caso.
Há duas versões sobre o óbito de Allan na boate Hangar: a dos seguranças e a de um amigo da vítima, que estava na boate com o rapaz na madrugada de sua morte. O chefe da segurança da boate alegou que Allan foi abordado sob suspeita de negociar drogas no interior do estabelecimento, correu em fuga, sofreu uma parada cardíaca, foi socorrido, mas não resistiu. Já um amigo que estava com o jovem afirmou que o fisiculturista foi levado a uma área restrita por seguranças, onde teria sido espancado. Diz ter sido ameaçado pelo grupo e que um deles teria encostado o cabo de um revólver em seu peito, mandando que ele deixasse o local.
Parentes e amigos se despediram no domingo do jovem fisiculturista e estudante de educação. A dor dos familiares, que acreditam que Allan tenha sido assassinado e cobram justiça, aumentou durante o enterro, no Cemitério Santa Helena, em Sete Lagoas, já que o pai do rapaz, o técnico em eletrônica Dênio Luiz Pontelo, de 47, disse que o filho apresentava lesões graves, como afundamento de crânio e dentes quebrados, o que, para os parentes, reforça a hipótese de que tenha havido agressões.
Dênio disse que obteve essas informações ao ver o corpo e conversar tanto com um médico do Instituto Médico-Legal (IML) quanto com funcionários da funerária que preparou o corpo para o velório e enterro do filho. O IML negou qualquer repasse de informações desse tipo a familiares, dizendo que o fato não procede, assim como a assessoria de imprensa da Polícia Civil. Um funcionário do laboratório da funerária confirmou as marcas.
Loja da vítima foi arrombada
O pai do fisiculturista, o técnico em eletrônica Dênio Luiz Pontelo, de 47, disse que aguarda respostas da polícia sobre uma possível ligação entre a morte de seu filho e o arrombamento da loja de suplementos dele, no Água Branca, em Contagem, na Grande BH, um dia depois do crime. “Pode ser que tenha alguma ligação dos dois casos, ou então oportunistas se aproveitaram do momento. Estamos abalados e esperamos respostas dos policiais, principalmente, sobre a morte do Allan”, afirmou.
A investigação do furto à loja do fisiculturista, ocorrido no fim da manhã do domingo, quando a família velava o corpo do jovem, em Sete Lagoas, Região Central, estão a cargo da delegada Renata Oliveira, do 2º Distrito Policial de Contagem.
Dênio confirma que foi procurado pelos policiais de Contagem, interessados em informações que pudessem ajudar nas investigações. Os agentes ainda aguardam a liberação da área para realizar os trabalhos de perícia, na tentativa de encontrar vestígios que levem aos autores do furto e à motivação do crime. O técnico de eletrônica, porém, aguardava no começo da noite de ontem contato com os policiais da DCCV, interessado em informações sobre as circunstâncias da morte do filho. (Com informações de João Henrique do Vale, Landercy Hemerson e Guilherme Paranaíba)