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Depois de um combate intenso e em várias frentes, ontem as chamas que fizeram arder por três dias a área verde foram controladas por 77 bombeiros e 13 brigadistas, em um trabalho intenso que começou ainda de madrugada, às 4h. O enfrentamento ocorreu sobre 20 focos, com o suporte das aeronaves despejando água sobre a área que queimava, e durou até o fim da manhã. Terminada essa operação de rescaldo, a área total queimada será contabilizada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), mas só o espaço de atuação dos bombeiros e brigadistas abrangeu 900 hectares. O fogo consumiu áreas delimitadas pela estrada de acesso a Casa Branca, distrito de Brumadinho, o Bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, e o Condomínio Retiro das Pedras, também em Brumadinho (veja mapa).
Uma mancha escura de cinzas e canelas-de-ema estorricadas foi o cenário deixado pelo fogo nos montes e vales de vegetação predominante de cerrado. A cada lufada de vento, uma mistura de poeira se desprendia do solo desprotegido e, junto a montes de cinzas, formava redemoinhos de detritos, abrindo caminho para futuras erosões.
A maior parte dos recursos gastos foi empenhada em aviões, que jogam no máximo 3 mil litros de água sobre as chamas, dando apoio significativo aos combatentes que agem em solo. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) tem contrato que permite o uso de até 10 aeronaves simultaneamente, sendo que quatro trabalharam de forma coordenada para apagar o incêndio do Rola-Moça, desde o domingo até ontem. O contrato prevê o pagamento sobre o tempo de uso.
R$ 411,4 mil só com o aluguel dessas aeronaves, do modelo Air-Tractor.
Um helicóptero da Semad também foi usado, cumprindo jornada semelhante. A diferença é que ele é menos empregado no lançamento de água, sendo mais útil para transportar alimentação e equipes para locais de difícil acesso, além de fazer varreduras para avaliação das áreas queimadas. Nesse caso, são mais R$ 104,4 mil, já que a hora de voo de um helicóptero gira em torno de R$ 5,8 mil. A reportagem do Estado de Minas também apurou que entre domingo e ontem foram adquiridas 524 refeições, entre almoços e lanches, para o pessoal em combate.
Na segunda-feira, por exemplo, o combate às labaredas chegou a contar com um efetivo de 200 pessoas, entre bombeiros e brigadistas.
DINHEIRO EM VÃO O diretor do Previncêndio, força-tarefa coordenada pelo governo de Minas para combater os incêndios na temporada da seca, Rodrigo Belo, destaca que outros custos entram nessa conta, mas são mais difíceis de mensurar, como a hora de trabalho de muitos profissionais que são contratados por empresas privadas, combustível usado em viaturas, entre outros. “O certo é que o valor gasto em combate a incêndio não traz nada de avanço, é simplesmente para tentar manter a unidade de conservação no patamar em que ela está”, afirma o diretor.
Ele lembra que os valores levantados pela reportagem dizem respeito a apenas uma ocorrência, indicando que a verba normalmente usada em todo o estado para o período de seca é ainda maior. O contrato para uso dos aviões foi feito em 2016 e, como sobraram horas de voo dentro do limite máximo de R$ 14 milhões disponível para emprego com esse fim, a Semad ainda dispõe de R$ 11,7 milhões para o combate aéreo a incêndios até o fim do período seco. “É importante que a gente não tenha ocorrências e isso está na mão da sociedade. O hábito de colocar fogo em qualquer lugar precisa mudar”, diz Belo.
Reconhecimento
O governador Fernando Pimentel esteve no fim da tarde ontem no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, reconhecendo o empenho de bombeiros e brigadistas no combate ao incêndio na área. Pimentel destacou que serão feitos investimentos em equipamentos para evitar ocorrências desse tipo nos próximos anos. O governador esteve no parque acompanhado do chefe do Gabinete Militar e coordenador da Defesa Civil, coronel Fernando Arantes, e do comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Cláudio Souza.
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