O motorista Luiz Fhillippe da Cunha Gonçalves Pereira, de 24 anos, que conduzia a carreta de minério que provocou mais uma tragédia no Anel Rodoviário, vai deixar a profissão. O veículo de carga desceu a rodovia em alta velocidade arrastando ao menos oito veículos no trecho do Betânia, na Região Oeste de Belo Horizonte. Três pessoas morreram. O condutor foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco do resultado apesar de não ter intenção de provocar as mortes - pela delegada de plantão do Detran, Rosângela Tulher, e foi encaminhado a uma unidade do sistema prisional.
O motorista afirmou que o caminhão apresentou problemas no freio. “Estava descendo e quando apertei o freio ele murchou. Estava a 60 quilômetros por hora e o freio motor ligado. Estava funcionando normal e, quando pisei, o pedal foi lá no fundo. Eu desesperei e falei: o meu Deus, o que vou fazer”, disse em entrevista à Rádio Itatiaia.
Segundo o condutor, ele tentou jogar o veículo de carga em direção a mureta de proteção do Anel Rodoviário para evitar atingir os carros, mas não conseguiu. Ele contou que pensa em largar o emprego de motorista. “Eu vou largar até essa profissão. Eu não vou trabalhar mais. Foi o primeiro acidente da minha vida. Primeiro e o último”, afirmou chorando.
O acidente ocorreu no fim da tarde dessa quarta-feira. Luiz Fhillippe conduzia uma carreta de minério que descia o Anel Rodoviário na pista que liga Belo Horizonte / Vitória. Em alta velocidade, o veículo de carga atingiu um Ágile, onde estava o policial civil Dogmar Alves Monteiro, de 52 anos, a mulher e o filho dele, e arrastou o carro por aproximadamente 200 metros. Imediatamente, o veículo se incendiou, criando um rastro de destruição na pista.
O trecho onde aconteceu a batida já é conhecido por tragédias. No local, há um estreitamento de pista que deixa o trânsito lento. Diante da demora de obras no Anel Rodoviário, o Prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), informou que vai acionar a Justiça na próxima segunda-feira para a prefeitura assumir a administração da rodovia. Em sua conta no Twitter, Kalil classificou as mortes como "assassinato".