A prefeita de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Roseli Ferreira Pimentel, foi indiciada por homicídio duplamente qualificado pela morte do jornalista Maurício Campos Rosa, de 64 anos, pelo uso de verbas públicas para pagar os assassinos e por ocultar provas do crime. As investigações apontam que o assassinato foi motivado pela disputa eleitoral do ano passado. De acordo com o delegado César Matoso, responsável pelas investigações, a administradora municipal, presa na quinta-feira, pagou R$ 20 mil pelo crime. O recurso teria sido retirado da Secretaria Municipal de Saúde, mas com nota emitida pela Secretaria Municipal de Educação com a justificativa de que a verba seria utilizada para a compra de mamão destinado à merenda escolar.
Leia Mais
Prefeita de Santa Luzia é presa suspeita de envolvimento em morte de jornalistaPrefeita afastada de Santa Luzia está em prisão domiciliar MP de Minas denuncia prefeita de Santa Luiza e mais nove pessoasTJMG nega pedido de prisão domiciliar para prefeita de Santa LuziaA incrível história por trás do assassinato com dinheiro público em Santa LuziaDinheiro desviado para pagar pistoleiro deixa Saúde de Santa Luzia em penúriaAdolescente é suspeita de matar padrasto para defender a mãe em BHPrefeita de Santa Luzia é intimada para esclarecer desvio de recursos da saúdeDe acordo com o delegado, as investigações apontam que o dinheiro utilizado para pagar os criminosos saiu da administração municipal.
A polícia acredita que Roseli vinha sendo chantageada pelo jornalista: “A prova indiciária é muito forte no sentido de que a motivação se deu por chantagens da vítima, que cobrava valores em dinheiro da então candidata a prefeita do município de Santa Luzia. Essa ordem (assassinato) partiu dela a um auxiliar, que contratou o executor”, completou.
ENCOMENDA Foi então que Alessandro de Oliveira Souza, que a vítima acabara de visitar quando foi alvejada, passou de testemunha a suspeito. Alessandro seria, segundo as investigações, o responsável por intermediar o contato do jornalista com a prefeita, mas também a pessoa incumbida por Roseli de contratar o executor do assassinato. “Por meio das câmeras de diversos bairros da cidade, conseguimos refazer o trajeto desde o encontro com Alessandro até o momento do assassinato”, informa o delegado. Na saída do jornalista da casa, três homens, identificados pela polícia como Paulo César de Almeida (executor), David Santos Lima (auxiliar), Gustavo Sérgio Soares Silva (motorista) – aguardavam a vítima em um veículo Parati 1993, de cor escura metálica. Os assassinos sabiam exatamente o horário em que o jornalista estaria no imóvel, o que passou a ser um ponto de desconfiança para polícia: “Em geral, a vítima não tinha roteiro determinado”, diz o delegado.
No decorrer das investigações, outras pessoas foram apontadas por pactuarem com o crime. “No dia do crime, a vítima foi socorrida e levada até um posto, onde uma servidora pública retirou pertences da vítima, como dinheiro, carteira, sapato, roupa, bens.
No total, foram nove indiciados – sendo David Santos Lima, Alessandro de Oliveira Souza, e Gustavo Sérgio Soares Silva, Paulo César Florindo de Almeida e Roseli Ferreira Pimentel por homicídio. Porém, o executor dos disparos, Paulo César Florindo de Almeida, ainda não foi localizado pela polícia. Outras quatro pessoas foram indiciadas pelo crime de peculato, são elas: a tesoureira da Prefeitura Municipal de Santa Luzia Mônica Maria, Lara Augusto Rocha, Tarick Elias Bruck Campos e o policial militar Leonardo Lúcio Morais..