Jornal Estado de Minas

Inpe registra 1.414 queimadas em Minas Gerais em 11 dias de setembro

O avanço dos incêndios por áreas verdes de Minas Gerais ligam o alerta das autoridades. Somente nos primeiros 11 dias de setembro foram registradas 1.414 queimadas, o que corresponde a 67,6% do total de todo o mês no ano passado. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A previsão dos meteorologistas desanima ainda mais. Não há previsão de chuva para os próximos dias em grande parte do estado, principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ontem, chamas se espalharam, mais uma vez, pelo Parque Estadual da Serra do Rola-Moça. Na Serra de Ouro Branco, na Região Central de Minas Gerais, o fogo foi controlado depois de cinco dias de combate.

Os incêndios dentro das unidades de conservação também preocupam. De acordo com o Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), neste mês já foram registradas 82 ocorrências nas áreas verdes protegidas e em seu entorno, o que corresponde a 38,8% da média dos últimos cinco anos.
A alta já vem desde agosto, quando as queimadas ficaram 38% acima da média.

Uma das queimadas que deram trabalho para brigadistas e bombeiros foi extinta ontem. A Serra de Ouro Branco, na Região Central de Minas Gerais, ardeu por cinco dias. O fogo permaneceu intenso durante a madrugada. Mas, no decorrrer do dia, o combate intenso com quatro aviões, além dos homens em terra, as chamas foram debeladas. Os focos do incêndio estavam em uma área de difícil acesso, o que dificultou o trabalho.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, as equipes não vão ser desmobilizadas. Apenas as aeronaves que  retornaram para a base. Na manhã de hoje, haverá um monitoramento na área verde para averiguar se houve reignição do fogo.
Ainda não há informações sobre as causas do incêndio. A área queimada ainda será mensurada pelo Semad.

O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça também voltou a sofrer com incêndios. Um novo foco foi detectado na área de conservação na tarde de ontem. A ação rápida dos militares do Pelotão de Combate a Incêndio Florestal (PCIF) evitou uma propagação maior. Informações colhidas pelos militares dão conta de que, novamente, as chamas começaram de forma criminosa. A estimativa é que 5,8 mil metros quadrados de vegetação tenham sido  queimados. Ninguém foi preso. No início da noite, novo foco foi detectado, desta vez próximo ao Bairro Jardim Canadá.

O parque ainda não conseguiu se recuperar de um incêndio de grandes proporções que ocorreu na última semana.
A queimada destruiu aproximadamente 900 hectares da vegetação da área verde. Além dos danos ambientais, houve também perdas para os cofres públicos. O governo de Minas gastou, em apenas três dias, mais de meio milhão de reais no combate. Trata-se de uma estimativa conservadora, que considera apenas gastos com quatro aviões, um helicóptero e alimentação de combatentes, não computando despesas como a mobilização de bombeiros, brigadistas e de caminhões e viaturas a serviço da corporação.

SECURA O tempo seco é um combustível para os incêndios e persiste em boa parte do estado. Somente Belo Horizonte enfrenta três meses de estiagem que, segundo meteorologistas, deve seguir até outubro. Ontem, a umidade relativa do ar atingiu 30%, o que é considerado estado de atenção pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O índice pode elevar o risco de doenças respiratórias. A temperatura ficou em 28,4°C.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a massa de ar seco que está sobre a área central e no Sudeste do país vai continuar influenciando para dias secos em Minas Gerais. Hoje, grande parte do estado terá baixos índices de umidade relativa do ar, com valores abaixo de 30%. Previsão de chuva isolada e fraca somente para as regiões do Jequitinhonha e Mucuri..