À medida que a estiagem avança, aumenta a escassez de água em Minas Gerais. Além de localidades rurais, os moradores das sedes urbanas de 25 municípios atendidos pela Copasa já sofrem com o racionamento de água. A situação é mais crítica do Norte do estado, onde nove municípios, incluindo Montes Claros (cidade-polo da região, de 400 mil habitantes), enfrentam a restrição no uso da água. Na região, surgiu um problema mais preocupante ainda: o rebaixamento do lençol freático. Em cinco municípios norte-mineiros poços tubulares que eram usados para o sistema de abastecimento tiveram uma queda de vazão ou secaram e foi iniciada a utilização de caminhões-pipa para o fornecimento de água aos moradores, de forma racionada.
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Escassez de água leva prefeitura a decrectar racionamento em Viçosa, na Zona da MataJuíza suspende obra da Copasa para captação de água no Rio PacuíPeríodo de estiagem faz Copasa ampliar rodízio de água em cidades mineiras Água usada no combate a incêndio na Ceasa contamina Lagoa da PampulhaMinas tem 112 cidades em situação de emergência; maioria enfrenta problemas com estiagem e secaTreze bairros da capital terão abastecimento de água interrompido neste domingo; confiraMapa da crise hídrica bate recorde e já abrange 265 municípios de Minas GeraisObras da Copasa interditam vias em BH neste domingoChuvas chegam nesta semana a Minas Gerais, segundo a meteorologiaMontes Claros sofre com estiagem e moradores terão rodízio de água severoPrefeitura de Bom Despacho decreta intervenção na CopasaMP quer saber se risco de desabastecimento de água em Bom Despacho é por descuido de empresa Engavetamento entre oito veículos deixa um morto e fecha BR-135Estiagem deve seguir até o fim de setembro em Belo HorizonteNa área da Copasa, as reservas subterrâneas tiveram redução em Capitão Enéas, Catuti, Ibiracatu, Riacho dos Machados e Varzelândia. O superintendente do distrito Operacional Norte da Copasa em Montes Claros, Roberto Botelho, salienta que o Norte de Minas sempre sofreu com a seca. Mas, nos últimos anos, as chuvas na região reduziram mais ainda, agravando a crise hídrica.
Conforme monitoramento da empresa, na década de 1990, o Norte do estado teve uma média anual de 915 milímetros de chuva, que caiu para 871 milímetros entre 2001 e 2010.
Botelho salienta que, além da “má vontade de São Pedro”, houve a redução do lençol freático por causa de problemas ambientais, sobretudo, a monocultura de eucalipto, “que suga o solo”. Outro problema é a abertura desenfreada de poços tubulares em propriedades particulares. A “corrida” pelos poços é tamanha que empresas especializadas fazem propaganda na região, divulgando que perfuram e entregam o a estrutura em funcionamento “dentro de 12 horas”.
Um dos municípios do Norte de Minas em situação dramática de falta d água é Mato Verde, de 12,8 mil habitantes. Depois de quatro anos seguidos de estiagens prolongadas na região, a Barragem do Viamão, que abastecia a cidade, secou completamente. A população está sendo abastecida com caminhões-pipa que se deslocam 37 quilômetros até uma barragem do município de Monte Azul e depositam a água no reservatório da estação de tratamento de Mato Verde.
Outro município que enfrenta o racionamento e está sendo atendido por caminhão-pipa é Ibiracatu, de 8,5 mil habitantes. A cidade era abastecida com água captada em poços tubulares, que secaram complemente. Agora, os moradores são atendidos por água buscada por caminhão-pipa no município vizinho de São João da Ponte, a 30 quilômetros de distância. Segundo a Copasa, a população de Ibiracatu recebe água em dias alternados.
O quadro também é complicado em Montes Claros. A barragem do Rio Juramento, que responde por 65% da água consumida na cidade, está com apenas 20% de sua capacidade. Para evitar o colapso no abastecimento, a Copasa iniciou a construção de uma adutora de 56 quilômetros para captação de água no Rio Pacuí, no município de Coração de Jesus, obra orçada em R$ 135 milhões. A questão virou uma batalha judicial.
Acatando pedido do Ministério Público Estadual de Minas Gerais (MPMG), a juíza da Comarca de Coração de Jesus, Luciana Oliveira Torres, concedeu uma liminar favorável aos ribeirinhos, suspendendo a captação até o julgamento do mérito da ação. A Copasa diz que vai recorer..