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Estado de Minas

Quadrilhas que se enfrentavam no Aglomerado da Serra são desarticuladas

Polícia Civil prendeu cinco adultos e três adolescentes que se enfrentavam desde maio. Outros integrantes das duas facções ainda estão sendo procurados


postado em 18/09/2017 17:13 / atualizado em 18/09/2017 17:21

Criminosos de duas facções presos na última sexta-feira foram apresentados pela Polícia Civil(foto: TV Alterosa/Divulgação)
Criminosos de duas facções presos na última sexta-feira foram apresentados pela Polícia Civil (foto: TV Alterosa/Divulgação)

A disputa pelo tráfico de drogas no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, que tira o sono de moradores há pelo menos três meses, deve dar uma trégua. Pelo menos é o que espera a Polícia Civil que deteve na última sexta-feira cinco adultos e três adolescentes. Também foram cumpridos outros 14 mandados de integrantes das duas quadrilhas em guerra, a Pau Comeu e a Del Rey, que já estavam presos. Nesta segunda-feira, o grupo foi apresentado pela equipe responsável pelas investigações. Outros envolvidos nos conflitos ainda seguem sendo procurados.

As investigações da Polícia Civil começaram em maio deste ano, quando os conflitos entre as duas quadrilhas iniciaram pela disputa do tráfico de drogas no aglomerado. Elas agiam nas proximidades dos bairros São Lucas e Novo São Lucas. “Isso gera insegurança à população, pois acabaram que os conflitos passaram a ser constantes. Resultou em vítimas inocentes na região, e danos de casas e veículos. Temos notícia da população que ficaram com liberdade de locomoção restringida, pois tinham receio de sair às ruas com medo de balas perdidas. Um apartamento no 14º andar também foi atingido pelos disparos”, conta a delegada Cláudia Marra, responsável pelo caso.

De acordo com a delegada, os conflitos entre as duas facções, Del Rey e Pau Comeu, são comuns no Aglomerado da Serra por causa da disputa pleo tráfico de drogas. “De vez em quando ela termina, mas retorna novamente. Tivemos notícias que teve início em maio, se intensificou em julho, e ficou pior em agosto”, comentou Cláudia.

As equipes responsáveis pelas investigações conseguiram identificar os criminosos das duas quadrilhas envolvidas no conflito. Na última sexta-feira, uma grande operação da Polícia Civil, em conjunto com a Polícia Militar (PM), foi desencadeada. Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, e 19 de prisão. Foram cinco presos e três adolescentes apreendidos. Mandados de prisão foram cumpridos contra 14 pessoas que já estavam em presídios da Grande BH.

“Temos notícias que todos têm passagem policial, registro de ocorrência policial, crimes violentos de homicídios, tráfico de drogas, e disparos de armas de fogo. Um dos integrantes conhecido na região, que é uma pessoa muito perigosa, continua foragido. Também tem sete mandados de prisão em aberto para serem cumpridos”, concluiu a delegada. “Depois das prisões já tivemos notícias que o aglomerado está tranquilo. Algumas pessoas estão deixando estabelecimentos comerciais abertos, coisa que, até então, não podia dias atrás. A tranquilidade está voltando. O que é muito bom”, completou.

Ordem de dentro da prisão

Os conflitos entre as duas quadrilhas eram comandados de dentro da prisão. De acordo com a delegada, levantamentos dão conta que Jonathan dos Reis, líder da gangue do Pau Comeu, e que está preso desde 2014 por tráfico de drogas, comandou os ataques e também ordenava o funcionamento do comércio do aglomerado. “Temos notícias que o chefe da Pau Comeu, o Joninha, determinava e passava ordem para os outros integrantes”, diz Cláudia.

Outro combustível para a disputa era um jovem conhecido como Michael Deyvison, de 20 anos, o Maiquim, apontado como pivô da briga. Levantamentos indicam que Michael pertencia à gangue do Pau Comeu, que abandonou para integrar a rival da Vila Del Rey. Como prova de fidelidade, ele teria matado um adolescente, conhecido como Cabeludo, que seria um dos chefes do antigo grupo. Desde então, houve enfrentamentos entre os criminosos, com outros assassinatos. Ele foi preso dias antes da operação da Polícia Civil.


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