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Estado de Minas

Deputados pedem celeridade na apuração de morte de jovem em operação da PM

Audiência pública foi realizada nesta quarta-feira pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais


postado em 20/09/2017 14:30 / atualizado em 20/09/2017 21:57

Reunião contou com a presença de deputados, familiares e amigos do jovem(foto: Divulgação)
Reunião contou com a presença de deputados, familiares e amigos do jovem (foto: Divulgação)

A morte do jovem Igor Arcanjo Mendes, de 20 anos, durante uma operação da Polícia Militar (PM) em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, foi discutida em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos nesta quarta-feira. Familiares e amigos do garoto compareceram ao encontro na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), assim como deputados da Casa. O clima esquentou quando alguns parlamentares deram opinião sobre o caso. Ao fim do debate, a Comissão aprovou requerimentos pedindo celeridade nas investigações sobre o caso.

A sala onde ocorreu a reunião ficou lotada. O clima esquentou quando o deputado Coronel Piccinini (PSB) pediu a palavra. Segundo a assessoria de imprensa da ALMG e familiares de Igor, ele afirmou que conhecia o militar que é acusado de matar o jovem e que ele tem treinamento. Disse, ainda, que o policial não saiu de casa para matar ninguém e que não se pode condená-lo sem a apuração do caso.

A declaração do deputado não agradou aos familiares e amigos de Igor, que fizeram um protesto. “Além de ter defendido o tenente, desrespeitou totalmente a família. Todo mundo protestou, gritou e ficou de costas. Em seguida, colocamos as mãos na cabeça, pois foi por isso que Igor foi morto, por colocar a mão na cabeça”, contou Nayara Mendes, de 21, irmã da vítima.

Durante o encontro, o comandante 3ª Região da PM, coronel Eucles Honorato Júnior, afirmou que a corporação está tomando todas as providências para investigar o caso. “Determinamos que a Corregedoria faça a investigação. Está tudo sendo tratado com isenção e transparência. O tenente envolvido na abordagem foi afastado das suas funções operacionais”, completou. Segundo ele, a cena do crime foi preservada, a apreensão e a perícia da arma foram feitas e o inquérito policial, instaurado.

A morte de Igor ocorreu na noite de sexta-feira. Ele estava em um carro junto com amigos e seguia para um show. O jovem foi baleado depois de o veículo ter sido parado em uma operação da PM. Segundo um dos ocupantes do carro, que conversou com o em.com.br, os policiais abordaram os jovens e pediram para eles descerem do carro. Porém, as portas estavam travadas. A testemunha contou que Igor abaixou as mãos para destravar a porta e quando as levava para a cabeça acabou baleado.

Jovem foi morto na última sexta-feira em Ouro Preto(foto: Reprodução/Facebook)
Jovem foi morto na última sexta-feira em Ouro Preto (foto: Reprodução/Facebook)


Após o disparo, a jovem disse que os policiais mandaram que os amigos guardassem os celulares e não ligassem para ninguém. Pediram também, segundo ela, que o grupo deixasse o local, acompanhado por outros policiais. A jovem, no entanto, precisou ser medicada em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da cidade por causa de estilhaços no pescoço.

A Polícia Militar deu outra versão para o caso. Em nota enviada à imprensa, a assessoria de comunicação do 52º BPM informou que o Fiat Pálio estava com “lotação superior à permitida, seis ocupantes, e com película escura nos vidros, o que gerou suspeição e acompanhamento da viatura policial.” Ainda conforme a nota, foi dada ordem de parada ao veículo, que não foi obedecida de imediato. O carro só parou, segundo a PM, em um segundo pedido de parada. “O passageiro que ocupava o banco da frente, no momento da ordem para descer do veículo, levou as mãos à cabeça e, em seguida, abaixou-se e tirando as mãos da cabeça efetuou movimento brusco com as mãos em direção ao porta-luvas do carro. O comandante da equipe policial, então, verbalizou e efetuou um disparo de arma de fogo na direção do passageiro, pois devido ao movimento brusco do jovem, o mesmo poderia atentar contra a integridade física dele e dos outros policiais militares.”

Ao fim da nota, a polícia informou que dois pinos de cocaína foram encontrados no carro e que uma bucha de maconha estava no bolso de Igor Mendes, por uma enfermeira da Upa, onde o jovem foi atendido. A Polícia Militar informou que o motorista do carro, de 46 anos, foi detido por prática de transporte irregular dos passageiros que se encontravam no Fiat Palio. O veículo foi apreendido.


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