Depois de sete meses do assassinato da travesti Mirella de Carlo, de 39 anos, no Bairro Carlos Prates, Região Noroeste de Belo Horizonte, o caso está prestes a ser concluído. A Polícia Civil prendeu uma pessoa supostamente envolvida no homicídio. Porém, os últimos levantamentos estão sendo feitos pela equipe da delegada Adriana Rosa para a conclusão do inquérito. A família da vítima se disse aliviada com a prisão.
O crime ocorreu em 19 de fevereiro. No boletim de ocorrência da Polícia Militar consta que Mirella, garota de programa e defensora dos direitos de pessoas trans, foi sufocada com uma toalha de banho dentro do quarto, no apartamento onde morava, no Bairro Carlos Prates. Além do esganamento, o corpo da vítima apresentava marcas de agressão física. Uma amiga que dividia o apartamento com ela relatou à PM que na noite anterior ao crime saiu para uma festa por volta da 1h e achou Mirella com semblante triste.
Segundo a PM, questionada, ela assegurou que estava tudo bem, dizendo apenas que se sentia cansada e que iria dormir. No dia seguinte, a mulher chegou em casa pela manhã e viu a porta do quarto fechada. Quando entrou no cômodo, achou que Mirella ainda estivesse dormindo. Depois de sete horas que a colega estava fechada no quarto, sem fazer barulhos, a testemunha estranhou e resolveu checar se a companheira de apartamento estava bem. Ao abrir a porta, viu a travesti morta com uma toalha enrolada no pescoço.
A assessoria da Polícia Civil confirmou que uma pessoa foi presa suspeita de participação no assassinato. Porém, detalhes sobre a prisão e identificação do suspeito não foram repassados. A corporação informou que a delegada faz as últimas diligências para finalizar o inquérito e deve apresentar o suspeito nas próximas semanas.
Mesmo sem muitos detalhes sobre a prisão, a irmã de Mirella, Cici, de 43, se disse aliviada. Ela foi avisada pela delegada nessa terça-feira. “Apesar da perda, sabemos que não a teremos de volta. Dá um alívio para a família, porque o sofrimento é demais. Ela era muito querida por nós e por todos. Graças a Deus a polícia fez o trabalho dela. A delegada sempre falava que não era para a gente perder as esperanças, que o caso seria resolvido”, comentou.
Protesto
A morte de Mirella gerou protestos de ativistas das causas LGBT+. Um grupo de 50 pessoas se reuniu na Praça Sete, no Centro de BH, quando o caso completou um mês e pediu agilidade nas apurações do assassinato.