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Estado de Minas

Longo período de seca faz a Grande BH ter a pior crise dos últimos 100 anos

A informação foi dada pelo diretor de operação da Copasa, Rômulo Perili. Mesmo com a estiagem, Companhia garante abastecimento na região metropolitana durante pelo menos os próximos 10 meses


postado em 22/09/2017 13:12 / atualizado em 22/09/2017 21:41

A captação no Rio das Velhas foi diminuída por causa da seca(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A captação no Rio das Velhas foi diminuída por causa da seca (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O longo período de estiagem deixa a Região Metropolitana de Belo Horizonte em uma situação crítica. Segundo a Copasa, essa é a pior crise dos últimos 100 anos. O diretor de Operação da Copasa, Rômulo Perilli disse que o nível atual do Sistema Paraopeba, que abastece a Grande BH, está garantido por pelo menos 10 meses. Porém, acredita na recuperação dos mananciais no período chuvoso.

Mesmo assim, a captação no Rio Paraopeba foi suspensa por causa do baixo volume do manancial. Uma das ações da companhia será contra as ligações clandestinas, que representam 40% dos recursos perdidos. Uma campanha de conscientização da população para o consumo consciente da água também será realizada.

O nível dos reservatórios que compõem o Sistema Paraopeba vêm caindo drasticamente desde o início do ano. Mas foi nos últimos meses que a situação piorou. Dados da Copasa mostram que há 30 dias o conjunto de represas estava com 54,9% de sua capacidade. Nesta sexta-feira já caiu para 49,5%. A situação mais crítica, e que vem desde o ano passado, é a do Serra Azul. O reservatório estava com 27,3% há um mês, mas caiu para 22,8%.

Belo Horizonte está em um período de 101 dias de estiagem. E desde o início do ano as precipitações estão abaixo do esperado. “Os dados mostram que a precipitação nos primeiros nove meses do ano de 2017 é a metade da média histórica dos últimos 65 anos para o mesmo período”, explicou Perilli.



Mesmo com a baixa no nível dos reservatórios, a Copasa garante que o abastecimento não será comprometido. “Em 2015, a Copasa e o governo adotaram uma medida para fazer a captação a fio d'água no Paraopeba. Isso economizou do Sistema Paraopeba, nas nossas represas, 135 milhões de metros cúbicos. O Rio Paraopeba, no momento, está com uma vazão muito baixa. Por isso, suspendemos a captação no manancial e entramos trabalhando com nossas represas, que têm capacidade de abastecer a região metropolitana por 10 meses”, concluiu o diretor. Segundo ele, neste prazo terá o período chuvoso, que poderá recuperar os rios.

Outro manancial que está com nível baixo é o Rio das Velhas. A captação nele também é feita a fio d'água. A Copasa diminuiu a quantidade de água retirada no manancial. “As empresas que trabalham na bacia à montante da nossa captação têm um acordo para a retirada de água. Estamos conseguindo manter a vazão de 9 mil litros e tirando menos que normalmente, atualmente é aproximadamente 5,5 mil litros, permitindo que rio continue a jusante”, completou Perilli.

Segundo o diretor, a população também tem que participar da ação para a recuperação dos rios. “O que pedimos à população é que use a água com parcimônia. O consumo da água de forma consciente vai trazer beneficio à vida da população, sem no futuro trazer problemas graves. A água não é infinita e não pode ser usada de maneira predatória”, disse.

Cerco aos clandestinos



O aumento das ligações clandestinas preocupa a Copasa. Segundo a Companhia, 40% das perdas de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte são provocadas por essas irregularidades. Por isso, uma ação de repressão e orientação à população será realizada. “Com a crise social, política e econômica, tivemos o aumento das ligações factíveis. As pessoas têm a rede de água passando em sua porta e não estão ligadas à rede da Copasa. Se estiveram, foram cortadas e não voltaram ao sistema. Isso significa que essas pessoas estão sendo abastecidas com água que não está sendo contabilizada nem paga”, comenta o diretor. “O que queremos alertar é que a Copasa fará uma ação dura para coibir a ligação clandestina. Também queremos que a população veja isso com o devido cuidado, pois quem não paga consome mais água e prejudica o vizinho e o irmão. Será uma repressão para  cortar esse gato e, ao mesmo tempo, de convencimento da população que é para pagar a água, que não custa muito caro”, completou.



Outro fator que elevava a perda de água e que já está sendo combatida são os vazamentos. Segundo Perillo, a geografia, principalmente de Belo Horizonte, eleva as ocorrências dessa natureza. Por causa disso, a Companhia tem priorizado e agilizado o atendimento neste tipo de ocorrência.


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