Aos pés da Serra do Curral, com a cidade diante dos olhos e os ouvidos grudados nos clássicos das décadas de 1920 e 1930, moradores de Belo Horizonte e visitantes de todas as gerações participaram, na tarde e noite de ontem, da nona edição do Festival Internacional I Love Jazz, que transformou a Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de BH, em um clube charmoso, com palco, plateia e pista de dança animada.
A atração continua hoje, a partir das 15h (veja programação), com aulão de lindy hop, shows e uma atmosfera que traduz bem o “jazz de raiz”, conforme explicou o organizador do evento, Marcelo Costa, trompetista mineiro e integrante da Happy Feet Big Band. “O principal objetivo é oferecer ao público música de qualidade e encaixar as atrações nesse contexto muito especial. Este ano, por exemplo, estamos no concentrando nas músicas das décadas de 20 e 30. Isso é muito importante para as pessoas conhecerem e começarem a se interessar pelo jazz”, explicou. Para o ano que vem, quando o evento completará uma década, ele planeja muitas novidades, sempre na Praça do Papa. “O clima aqui fica muito gostoso. A estimativa é de 10 mil pessoas nos dois dias.
Neste domingo, a festa continua com transmissão ao vivo pelo YouTube e pelo link I LOVE JAZZ, a partir das 16h.
A festa do sábado começou às 15h, com o aulão gratuito de lindy hop – comandado por integrantes do BeHoppers, grupo dedicado à divulgação desse estilo de dança em BH – que convidou todo mundo a mostrar o talento no compasso do legítimo jazz de New Orleans. Depois, a pista ficou livre e os dançarinos emendaram uma música na outra, seguindo o som de Pepe Já Tirei a Vela, de BH, Tito Martino Jazz Band e Joseval Paes Big Band, ambos de São Paulo, e da multi-instrumentista sueca Gunhild Carling.
“Dançar faz muito bem à saúde”, disse o médico reumatologista Bóris Cruz, que, ao lado da mulher, Helena, arquiteta, não se cansava de dançar. “Pode escrever aí: o médico recomenda”, afirmou Bóris, que caprichou no visual, com camisa social branca, suspensórios e boina cinza. Participando pela segunda vez do festival, ele só tinha elogios. “Belo Horizonte é o máximo, a dança, sensacional, e a paisagem sem igual. Estamos fazendo aula há um ano”, disse o médico, antes de retornar com todo fôlego à pista. Helena era só sorrisos e também caiu na dança.
DESDE CRIANÇA A Lua crescente já estava no céu e a plateia encontrava espaço em todo canto para curtir melhor os shows.
Enquanto o povo dançava ou se confraternizava com os amigos, o artista plástico e designer Adriano Alves, paulista que morou em BH e hoje está radicado em São João del-Rei, na Região do Campo das Vertentes, aproveitava o tempo para pintar um quadro, num espaço recriando um ateliê bem particular. “Trouxe tela, pincel e tintas. Vi um casal dançando e fiquei inspirado”, contou Adriano, que já participara em outras ocasiões como ouvinte de boa música.
Curtindo a noite, um homem grisalho disse preferir o anonimato. “A estrela aqui é a música”, afirmou, explicando que a Lua crescente era outro astro da festa. “A noite está linda, vale a pena aproveitar essa energia”, afirmou.
PROGRAMAÇÃO
HOJE
15h – Aulão de lindy hop
16h – Ricardo Baldacci Quartet
17h30 – Taryn & The Art Deco Army
19h – Happy Feet Big Band
20h30 – Steve Pistorious Quartet
9º Festival Internacional I Love Jazz
Local: Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Entrada franca.
Informações: www.facebook.com/
festivalinternacionalilovejazz