Leia Mais
Aumento de camelôs em bairros fora do Hipercentro dificulta fiscalização e irrita lojistasShopping Caetés terá vagas disponíveis para camelôs retirados do Centro de BHPrincipal rua de Venda Nova, Padre Pedro Pinto se transforma em camelódromoKalil faz visita surpresa e aprova espaço para camelôs em shopping popular de BHCerco aos camelôs em Belo Horizonte chega à Região de Venda NovaPrefeitura de BH recebe documentos de camelôs para sorteioCarreta tomba e interdita a BR-040 em Ouro PretoResumindo, na calcada já estreita, a passagem fica ainda mais apertada e dificulta a vida de pedestres. Em alguns trechos, camelôs montam suas bancas de um lado e de outro na mesma calcada, deixando uma espécie de “corredor polonês” para a multidão que se espreme para dar um passo à frente. Alguns pegam mesmo “carona” na demarcação das lojas e se alinham ao lado das mercadorias expostas ao ar livre, dificultando em vários momentos a percepção do que pertence ao comércio formal ou aos ambulantes.
O gari Célio, de 37 anos, diz que é difícil trabalhar nessa situação. “Não dá para limpar direito. Tem gari que precisa passar na rua, porque não tem espaço para se deslocar com o carrinho da varrição na calçada. A gente acaba de limpar e, quando assusta, está sujo de novo, por causa de tudo o que jogam no chão, de frutas a embalagem de meias. O prefeito arrumou o Centro, mas para aqui o Kalil ainda não olhou”, reclama. A dona de casa Dalva Nascimento Souza, de 56, é cliente do comércio em Venda Nova, mas admite que a organização poderia prevalecer. “Moro na região e, para mim, é muito mais perto vir aqui, já que encontro de tudo.
Na manhã de sábado, dos 14 estandes ativos no centro de comércio popular, apenas três estavam funcionando. Outras 24 bancas, com nome e número do camelô sorteado, estavam encostadas em um canto de parede. Segundo comerciantes, pertencem a pessoas que não estão indo mais trabalhar no local. Adriano de Oliveira Diniz, de 32, vende roupas no Uai, mas deixou a mulher tomando conta do negócio e montou uma banquinha de doces na calçada, bem em frente à galeria comercial. No Centro de BH, ele diz que vendia mercadorias diversas na esquina da Avenida Paraná com Rua Carijós. “De segunda a quinta-feira não tem movimento, que só ocorre nos outros dias, quando há a ‘feira do Bráz’.
SOLUÇÕES Outro que preferiu deixar a venda de artigos eletrônicos dentro do Uai nas mãos de um parente foi Leandro Silva de Almeida, de 30, que trabalhou durante cinco anos no Centro da capital vendendo água. “Não está rendendo nada lá dentro, então, estamos voltando para a rua. Para o projeto (da prefeitura) dar certo e melhorar as vendas para quem foi sorteado para o Uai de Venda Nova, tem que tirar todo mundo da rua e manter fiscalização 24 horas. Queremos melhorias e sair das ruas. Mas, ou sai todo mundo ou não sai ninguém.”
Em Venda Nova, os ambulantes esperam as soluções prometidas pela PBH nos moldes do que foi feito no Hipercentro. O camelô Wellington Minas, de 50, começou a trabalhar nas ruas há quase três décadas, mas voltou há seis meses. Conta que nunca atuou no Centro de BH, preferindo sempre Venda Nova. Ele vende bolsas e é enfático ao dizer que não quer lugar em shopping popular. “Vão me dar espaço onde cabem duas mochilas e tenho 200.
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos informou que está fazendo planejamento para começar o levantamento da situação dos camelôs de Venda Nova e o cadastramento deles. O processo está na fase de contratação de agentes de campo. Acrescentou que as ações só terão início quando a PBH tiver condições de oferecer alternativas aos vendedores ilegais para inseri-los no mercado formal. A pasta não comentou a situação das mercadorias expostas na parte externa pelas lojas, mas sustentou que a fiscalização “continua atuando em Venda Nova”.
O QUE DIZ A LEI
O Artigo 230 do Código de Posturas de BH proíbe prestar serviços ou vender mercadorias no logradouro público. Em caso de descumprimento, o comerciante é notificado, está sujeito a multa de R$ 792,78 e pode ter o alvará cassado..