A quebra de uma tradição da cultura cigana é apontada como a motivação para o assassinato de uma mulher de 28 anos. O crime ocorreu em 2014 em Itaúna, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, mas somente três anos depois os acusados pelo homicídio, Nilson da Costa, de 56 anos, e Cristiano Soares da Costa, de 26, pai e filho, foram presos. A vítima tinha um relacionamento amoroso com outro filho de Nilson, Anderson Costa. Segundo as investigações, a família dele estava insatisfeita com o namoro, pois tradicionalmente ciganos não podem se relacionar com pessoas que não são da tribo. Os dois homens negam a motivação e também a autoria do crime. A irmã de Anderson é procurada pela polícia por participação na morte da cunhada.
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Briga de casal termina em assassinato em acampamento ciganoBombeiros procuram crianças ciganas que teriam se afogado no Triângulo MineiroCigano mata homem e deixa mulher ferida em Ribeirão das NevesCigano é morto a tiros em frente a quartel da PM no Vale do Rio DoceMenina que fugiu com ciganos é encontrada no Sul de MinasNo dia do crime, Anderson e Geiziane estavam em um bar, onde bebiam. Luciana chegou ao local e começou a acirrar os ânimos, segundo as investigações. Depois, chegaram Nilson e Luciano que fizeram os disparos contra a mulher.
A polícia teve trabalho nas investigações. Depois do crime, o acampamento onde os investigados moravam havia seis anos foi dissolvido. De acordo com o delegado, as famílias migraram para outras cidades mineiras e até para fora de Minas Gerais. Além disso, Anderson foi assassinado em 2016 em Divinópolis, na Região Centro-Oeste.
Os dois acusados foram encontrados no interior do Rio de Janeiro. As apurações mostram que eles passaram por Curitiba, São Paulo e depois foram para Quissamã, onde acabaram presos em outra comunidade.
Negam o crime
De acordo com o delegado, os dois homens chegaram a falar dos motivos do assassinato em cartório. “O que comentaram em cartório é que cigano só pode casar com cigano. E uma vez casado, não podia se separar mais. O problema foi Anderson ser casado com outra cigana e querer largá-la para viver com a vítima. O relacionamento não era escondido, já estava às claras, com fotos no Facenook. Até mesmo as correspondências dele já estavam chegando no endereço da vítima”, esclareceu.
Ao serem apresentados, Nilson e Cristiano negaram essa versão. “Tem nada a ver com a vida do meu filho e da vida dela não. Estava tomando conta dos meus interesses e da venda dos meus carros.Pode namorar e casar, mas tem que acompanhar nós. A partir de que não acompanhar, não pertence a família. Eu estava em São Paulo, fui para Curitiba comprar os carros, e fui para São Paulo. Me ligaram falando que tinha acontecido isso. Fiquei com medo, e fiquei em São Paulo até prender essa pessoa que fez essa loucura. Fui preso no lugar dos outros”, disse o pai de Anderson.
Cristiano também negou a autoria. “Não foi a gente. Estávamos em Curitiba e fomos para São Paulo.
A polícia ainda faz buscas para encontrar Luciana, irmã de Anderson, que também é apontada em participação no crime. .