Representantes de cerca de 15 entidades participaram de ato no começo da noite desta segunda-feira para manifestar pela manutenção da Casa da Árvore, na Avenida Barão Homem de Melo, Nova Granada, Oeste de Belo Horizonte. O espaço foi destruído por incêndio na noite do domingo, com suspeita de ser criminoso. Recentemente, os moradores do local receberam ordem de despejo.
“Estamos aqui não apenas chamando a atenção para a desocupação dos três moradores que resistiam aqui. Mas é um ato contra aqueles que não aceitam esse novo paradigma de convívio social. A Casa da Árvore era uma biblioteca comunitária, em que três moradores de rua administravam e isso incomoda”, destacou o cabeleireiro Saulo de Castro, de 50 anos, que disse que era frequentador do ambiente.
No ato, discursos emocionados e o batuque do bloco JA, ecoavam entre as centenas de páginas de livros queimados. Quem passava pelo local e conhecida a Casa da Árvore engrossava a manifestação. Já os que desconheciam, tentavam entender como quatro moradores de rua tiveram a iniciativa que atraiu pessoas de vários segmentos sociais para ocuparem um espaço que antes era de chão batido, brita, com algumas árvores, e mais servia para despejo de lixo.
A assistente social Ofélia Hilário, de 58, conta que faz parte de um grupo de apoio à Casa da Árvore. “Vamos lutar para que o espaço seja reconstruído. Para que os três moradores que agora ficaram sem lugar para morar tenham direito a habitação. Não podemos deixar que uma ação como essa, que aponta para um incêndio criminoso, destrua uma iniciativa que só proporcionava a boa convivência das pessoas da comunidade”, assinalou.
Peritos da Polícia Civil estiveram ontem no local fazendo levantamentos para apontar as causas do incêndio. Durante a tarde do domingo, a Casa da Árvore foi palco de várias manifestações culturais, visando a manutenção do espaço comunitário. Horas depois, ocorreu o incêndio.