A prefeita de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Roseli Ferreira Pimentel, vai continuar na prisão. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) indeferiu, na tarde desta sexta-feira, o pedido feito pela defesa dela que queria a mudança do regime fechado para domiciliar. Porém, os argumentos dos advogados não foram acatados pelo desembargador Alexandre Victor de Carvalho. Roseli foi indiciada por homicídio duplamente qualificado pela morte do jornalista Maurício Campos Rosa, de 64 anos.
Indiciada, a administradora municipal foi presa em 7 de setembro durante uma operação da Polícia Civil para cumprir mandados expedidos pela Justiça em relação ao crime. O assassinato do jornalista, que era dono do jornal O Grito, ocorreu em 17 de agosto de 2016. A polícia afirma que a motivação foi a disputa eleitoral no ano passado.
Maurício foi atingido por cinco tiros quando deixava a casa de Alessandro de Oliveira Souza no Bairro Frimisa, que presenciou o crime. De acordo com a PM, uma testemunha disse que Rosa havia acabado de sair do imóvel quando foi baleado. Ele foi atingido por um disparo no pescoço e quatro nas costas, levado pelos policiais até o Pronto-Atendimento do Bairro São Benedito, mas precisou ser transferido para o Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova, onde morreu. O jornal O Grito é distribuído gratuitamente em Santa Luzia há mais de 20 anos com notícias da região.
As investigações apontaram que Roseli vinha sendo chantageada pela vítima, que cobrava dinheiro da prefeita, para publicar matérias favoráveis ao município. Porém, Maurício estava querendo mudar a linha editorial caso não recebesse propina. Com medo, a prefeita encomendou a morte dele por R$ 20 mil. O recurso teria sido retirado da Secretaria Municipal de Saúde, mas com nota emitida pela Secretaria Municipal de Educação com a justificativa de que a verba seria utilizada para a compra de mamão destinado à merenda escolar.