Jornal Estado de Minas

PGR cobra indenização rápida para atingidos de Mariana

 

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, prometeu nesta sexta-feira priorizar o caso do desastre ambiental de Mariana, que completa dois anos em novembro.


O acidente atingiu diretamente 25 mil famílias de 230 municípios mineiros e capixabas, e os atingidos pelo rompimento da Barragem do Fundão ainda brigam na Justiça por uma indenização contra a mineradora Samarco.

“Ao lado das ações de proteção ao meio ambiente, das medidas de apuração de responsabilidades sobre o ocorrido, temos ainda de assegurar às populações atingidas o seu devido direito à indenização; mais do que isso, precisamos agir de tal forma que semelhantes infortúnios não mais vitimem a nação”, afirmou Raquel Dodge, que veio a Belo Horizonte participar do 22º Congresso Brasileiro do Ministério Público.

Em discurso, ela defendeu um trabalho conjunto entre o Ministério Público de Minas Gerais e Espírito Santo e o MP Federal.

E ressaltou que a reparação às famílias atingidas pelo desastre ambiental deve se dar nas dimensões “humanas, espirituais, morais e ambientais”.

“Queremos prestigiar e respeitar a atuação de cada um, mas também o esforço conjunto, de modo a evidenciar que temos uma instituição una em seu propósito, mas plural em sua laboração”, completou a procuradora, fortemente aplaudida pelos promotores e procuradores que participaram do evento na capital mineira.

'Impactados'

O rompimento da barragem da Samarco completa dois anos em 5 de novembro. Recentemente, uma comissão de moradores de Mariana reclamou que o ritmo de reparação dos estragos produzidos pelo desastre é considerado aquém das necessidades das comunidades atingidas. Eles ainda cobram uma série de ações da mineradora Samarco.


Entre as reivindicações estão a inclusão de pessoas na lista dos atingidos, um novo cadastro para indenizações e o início das obras das novas comunidades para reassentamento das pessoas dentro do prazo acertado, que foi o primeiro semestre deste ano. Os atingidos cobram inclusive pelo fato de não serem referidos por termos como “impactados” por entenderem que isso tira a importância da tragédia..