A queda de uma palmeira na Rua Timbiras, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, durante o temporal na tarde de ontem e que provocou a morte de um taxista, expõe a fragilidade da arborização urbana na capital. No total, o Corpo de Bombeiros recebeu 53 chamados até o fim da tarde, com informações sobre quedas de outros exemplares ou ameaça.
Com base em vistoria feita por técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que o exemplar da Rua Timbiras, na verdade uma planta trigêmea, estava “saudável, sem nenhum sintoma que levasse à indicação de sua supressão”. Em nota, o órgão explicou que a palmeira da espécie Caryota urens caiu em decorrência dos fortes ventos que atingiram a cidade – de acordo com a Defesa Civil, as rajadas de ventos passaram dos 60 km/h na Centro-Sul, podendo ter atingido cerca de 85 km/h, no local do incidente. “Em geral, ventos a partir de 50 km/h já representam riscos para árvores e outros tipos de elementos urbanos”.
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MONITORAMENTO A estimativa é de que BH tenha 480 mil árvores nas vias públicas. Os técnicos esclarecem que “hoje, cerca de 2 mil árvores, distribuídas entre as espécies munguba e paineira, estão sendo acompanhadas e monitoradas, na cidade, por causa da ocorrência de uma infestação do inseto conhecido como besouro metálico (Euchroma gigantea), que pode ocasionar o comprometimento dos sistemas estruturais das árvores. Dessas, 600 unidades já foram suprimidas e as outras 1,4 mil estão sendo vistoriadas e, no caso da identificação de riscos de queda, serão suprimidas”.
Os técnicos do Meio Ambiente ressaltam que o trabalho de vistoria e monitoramento das árvores é permanente.
INVENTÁRIO Uma das grandes reivindicações de moradores e ambientalistas é a conclusão do inventário da arborização urbana de BH, para conhecimento do número total de exemplares e das condições e também para nortear estratégias de preservação. Segundo a PBH, o inventário de 300 mil árvores, que atingiu as regiões Leste, Centro-Sul, Noroeste, Oeste e parte da Pampulha, foi concluído. “Deverá ser efetuada nova contratação, ainda a ser licitada, para o inventário das possíveis 180 mil árvores faltantes e que cobrirá as regiões Norte, Nordeste, Venda Nova, Barreiro e a parte da Pampulha.
Defesa Civil mantém alerta
Alerta de chuva forte emitido ontem pela Defesa Civil de Belo Horizonte continua válido até as 8h de hoje. Segundo o órgão, áreas de instabilidade provocam aumento da nebulosidade e devem provocar pancadas de chuva, acompanhadas de raios e rajadas de vento em torno de 50 a 60km/h na capital mineira. O volume estimado de chuva é de 60 a 80 mm.
Em nota, a Defesa Civil adverte para que, durante o período de chuvas, as pessoas não se abriguem debaixo de árvores ou estacionem veículos próximos a elas, para evitar acidentes como aqueles que ocorreram na tarde de ontem e provocou a morte de um taxista. Além de evitar áreas de inundação e não trafegar em ruas sujeitas a alagamentos no momento de fortes pancadas.
De acordo com o Inmet, a previsão é de céu nublado com pancadas de chuva na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Triângulo Mineiro e Zona da Mata. No Oeste e Sul do estado, o cuidado também deve ser redobrado, devido à elevação dos níveis dos rios com a possibilidade de alagamentos. As demais regiões seguem com céu parcialmente nublado e possibilidade de chuva isolada. * Estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia.