Uma substância encontrada no corpo do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo, de 25 anos, que morreu dentro da boate Hangar, na Região Oeste de Belo Horizonte, aumenta ainda mais o mistério sobre o caso. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) não identificou o uso de drogas e/ou álcool pelo jovem. Mas detectou a cetamina, que é um medicamento usado como anestesia geral em cirurgias em humanos e também em animais. O produto também tem efeito alucinógeno.
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A Polícia Civil já havia divulgado o laudo na sexta-feira informando que não foi constatado o uso de drogas e álcool pelo jovem. Ontem, voltou a confirmar o resultado, mas admitiu que a cetamina foi identificada no corpo do fisiculturista. Informou, ainda, que a situação está sendo investigada. ‘’A PCMG reafirma que o laudo toxicológico da vítima deu negativo para o uso de substâncias ilícitas. O exame de constatação de álcool também deu negativo. A substância detectada no laudo, a cetamina, é usada como anestésico para procedimentos cirúrgicos, sedação e analgesia, sendo de uso estritamente médico. As investigações estão em andamento, com o delegado Magno Machado’’, informou.
O advogado Geraldo Magela de Carvalho Lima, que representa a família do fisiculturista, foi procurado, e informou que não teve acesso ao laudo.
A substância encontrada no corpo do fisiculturista é um anestésico, que também é utilizado ilegalmente por algumas pessoas que buscam alucinógenos. “É um medicamento utilizado para procedimentos cirúrgicos e normalmente para anestesia geral. Só que é uma substância controlada pela vigilância sanitária e de uso exclusivo hospitalar. Vem sendo menos utilizado em humanos, justamente, porque tem alguns efeitos adversos. Durante a cirurgia, o paciente pode manter o contato externo com falas desconexas, pesadelos, alucinações, o que é ruim para o procedimento cirúrgico, pois deixa o paciente instável”, explicou a Coordenadora da Comissão Assessora de Farmácia Clínica do Conselho Regional Farmácia de Minas Gerais, Mariana Gonzaga.
PERIGOSO O uso indiscriminado do medicamento pode provocar danos à saúde e até levar à morte, segundo Mariana. “Ele pode provocar aumento da pressão arterial, infarto, AVC, aumento do fluxo de sangue, pressão intracraniana. Muitas pessoas o utilizam porque o medicamento provoca alucinações e sensação de dissociação do corpo, como se a pessoa estivesse flutuando sobre ele. Outros usam para abusar de outras pessoas, como um ‘boa noite cinderela’”, afirmou a coordenadora.
De acordo com Mariana Gonzaga, mesmo sendo um produto controlado pela vigilância sanitária, o medicamento está na lista dos “perigosos”. “Ele está na lista dos medicamentos perigosos da ONG ISMP Brasil, que é internacional e preza pelo uso seguro dos remédios”, disse..