Apelo emocionado por ajuda ao filho de 13 anos, que enfrenta transtorno psiquiátrico com tendência de autoextermínio, foi levado pela mãe dele às redes sociais, onde ela lançou uma campanha para cuidar do garoto. O que não se esperava é que a busca ecoasse além da internet, chamando a atenção de outras famílias em situações parecidas. Esse é o caso da artesã mineira Natássia Helena Topinhos, de 35 anos, que corre contra o tempo e a falta de clínicas públicas de acolhimento e tratamento adequado a pré-adolescentes.
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Vítima de sequestro relâmpago morre em fuga de criminosos no Anel Rodoviário Jovem com necrose rara nos ossos faz campanha para pagar tratamento na FrançaFamília faz campanha para bancar tratamento contra cegueiraEstudante de direito chuta cadeira contra professor ao ser flagrado 'colando' em BHAdolescentes fazem reféns em assalto a agência dos Correios e acabam detidos“Ele é um menino incrível! Inteligente, alegre e muito dedicado. Há um ano começou a apresentar sintomas graves de depressão, que, mesmo com tratamento, progrediu para um quadro de psicose. Se mutilando e agredindo as pessoas. Tentou se autodestruir por três vezes e consegui impedir”, conta Natássia.
De acordo com a artesã, ainda não há um diagnóstico completo do mal que acomete o filho, a suspeita é de uma síndrome, que pode ter seu quadro revertido. “Meu filho precisa de um tratamento mais consistente, além de terapia e medicamentos. Estou desempregada e impossibilitada de trabalhar por causa dos cuidados necessários com ele. Não tenho como arcar com as despesas. Preciso de ajuda financeira. A última vez ele se enforcou com fio de luz. Por favor, me ajudem a resgatar meu filho!” A mãe do pré-adolescente trabalha com artesanato, sem renda fixa.
Natássia lembra que, há pouco mais de um ano, quando ainda morava no Espírito Santo, observou o processo de instabilidade emocional e de comportamento de seu filho, com automutilação, baixa-estima, agressividade, ansiedade e angústia. Ela alerta os pais para que não identifiquem esse processo com ato de rebeldia de seus filhos, mas um pedido de ajuda.
DIFÍCIL PROCURA Depois de muita procura por tratamento em Minas, Natássia e o filho foram encaminhados ao Núcleo de Atenção à Saúde Mental da Criança e do Adolescente, da prefeitura de Fabriciano, onde o garoto está sendo acompanhado por uma equipe multidisciplinar de psiquiatria, psicologia e neurologia. Segundo a artesã, na unidade municipal de saúde a equipe formulou um programa de acompanhamento, com medicação. O tratamento requer um acompanhante para ajudar a monitorar o comportamento do filho, enquanto o quadro de crise perdura.
“Tenho pressa, pois antes meu filho tinha crises e voltava à normalidade. Sem tratamento adequado, pode caminhar para um transtorno permanente. No núcleo, o psiquiatra Mauro Marzen e a psicóloga Mariele Andrade Franco têm se dedicado ao caso e elaboraram um projeto para um tratamento amplo, mas depende de aprovações burocráticas e até recurso para contratação de pessoal”, explicou. Natássia conta que vive em constante vigilância: “Não baixo a guarda nenhum momento”, diz.
O tratamento oferecido ainda não trouxe melhora.
A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA) informou que a cidade conta com uma ampla rede de atenção psicossocial de tratamento ao portador de sofrimento mental. A criança e o adolescente que apresentarem surtos psíquicos devem imediatamente ser encaminhados aos seguintes serviços de acolhimento: Centro de Referência em Saúde Mental Infantil (CERSAMI) Nordeste (para moradores das regiões Nordeste, Norte e Venda Nova); CERSAMI Noroeste (para moradores das regiões Noroeste, Oeste e Pampulha) e CEPAI – Centro Psíquico da adolescência e da Infância, da Rede FHEMIG, (para moradores das regionais Barreiro, Centro Sul e Leste)..