Jornal Estado de Minas

'Tinha crianças no chão e pais desesperados', diz mulher que entrou em creche após ataque

Crianças no chão e pais desesperados à procura do filho. Essa é a cena presenciada pela cabeleireira Roberta Moreira dos Santos, que foi até a creche Gente Inocente, em Janaúba, na Região Norte de Minas Gerais, momentos depois que o vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, promoveu o ataque que deixou quatro crianças mortas. Ele também não resistiu aos ferimentos. “Não foi uma cena boa”, resumiu.

A cabeleireira estava em casa dormindo quando recebeu a ligação do pai da filha dela. “Ele achou que o ataque tinha sido na escola da minha filha. Mas, ela não tinha ido a aula. Em seguida, recebi a ligação da minha mãe dizendo que era na creche”, contou Roberta Santos.

Logo depois de receber a notícia, a cabeleireira chegou até a creche onde estuda a prima Yasmin, de 6 anos.
Ela estava junto com a mãe da menina. “Quando chegamos, já tinham prestado socorro a ela. Vi muito desespero dos pais que estavam lá, todos procurando pelo filho. Tinha muitas crianças jogadas no chão, feridas”, disse Roberta Santos.

A garota está em estado grave e internada em um hospital de Janaúba. Segundo familiares, ela teve 90% do corpo queimado. “A situação dela está bem delicada.
Ela está toda entubada. Ainda não sabemos se ela será transferida para Belo Horizonte”, comentou a cabeleireira.

Segundo ela, o boato que corre na cidade é que o vigia se revoltou por ter sido despedido, mas a informação não foi confirmada. “A gente não sabe ao certo. A informação que tivemos é que o funcionário foi mandado embora do serviço. Por isso, estava revoltado e jogou gasolina ou álcool na criança e ateou fogo”, comentou.
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