Complexo, demorado e doloroso. Foram com essas palavras que o cirurgião plástico Marcos Mafra, coordenador da unidade de tratamento de queimados do Hospital João XXIII, descreveu o tratamento das vítimas do ataque a creche Gente Inocente, em Janaúba, na Região Norte de Minas Gerais. Na unidade de saúde estão oito pessoas, sendo seis crianças e duas professoras. Todas estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com quadro grave e com risco de morrer. Mesmo estado de saúde dos três garotos feridos encaminhados para o Hospital Odilon Behrens.

Segundo Marcos Mafra, o tratamento já foi iniciado. "Mas é um tratamento complexo, demorado e doloroso. Estamos fazendo com a melhor qualidade possível", afirmou o médico. Estão internados no João XXIII seis crianças entre 4 e 5 anos e duas funcionarias da escola, de 42 e 63 anos. Segundo o gerente assistencial do HPS, Marcelo Lopes Ribeiro, todos os pacientes respiram por meio de ventilação mecânica.

Dos pacientes que estão no hospital, três crianças estão com um quadro de queimaduras cutâneas e das vias aéreas. Outras três apresentaram quadro de intoxicação e não apresentam quadro de queimaduras externas. Entre as várias etapas do tratamento está cirurgias plásticas para retirada da pele queimada e posterior enxerto.

O hospital acionou o protocolo de catástrofe, para se mobilizar e atender um grande número de pessoas vítimas da tragédia. A equipe de tratamento inclui médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais.

Odilon Behrens

No Hospital Metropolitano Odilon Behrens, em Belo Horizonte, três crianças estão internadas, todas elas continuam em estado grave e no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Elas sofreram ferimentos nas vias respiratórias, e retornaram para um hospital de Janaúba horas depois da tragédia.

Estão no hospital os garotos A.S, de 2 anos, D.J, de 4, e a menina S.E, de 5. Segundo o pediatra Marcos Evangelista de Abreu, gerente de pediatria do Hospital Metropolitano Odilon Behrens, as vítimas estavam na creche no momento do ataque do vigia Damião Soares da Silva, de 50 anos, que provocou nove mortes, sendo sete crianças, uma professora, e o próprio segurança, e ferimentos em 41 pessoas.

“Importante registrar que houve uma orientação muito importante aos pais que mesmo essas crianças, que em um primeiro momento estavam bem, eles foram orientados de que se as crianças tivessem alguma alteração respiratória, mesmo que discreto, que elas retornassem a unidade de saúde. Foi o que aconteceu. Elas não queimaram a pele, mas começaram a apresentar sintomas de dificuldade respiratória. Tosse, cansaço”, explicou Marcos Evangelista. .