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Minas vive mistura de emoções após massacre em creche de JanaúbaPedreiros que trabalhavam perto da creche em Janaúba salvaram muitas criançasAgressor que incendiou creche e matou crianças não fazia tratamento psiquiátricoCorpo de professora é enterradoCreche será reaberta em 80 dias e deve receber nome de professora, diz prefeito de Janaúba'Estamos sofrendo como todas as vítimas', diz irmã de vigia que incendiou creche em JanaúbaTemer concede homenagem à professora morta em tragédia na creche de JanaúbaQuatro crianças feridas em creche de Janúba deixam CTI de hospitais em BH e duas têm alta em Montes ClarosUma profissional dedicada, cujo empenho transcendia o salário de cerca de R$ 1,5 mil como professora municipal em Janaúba. Esse é o perfil de Helley Abreu, que, devido à sua bravura e coragem, ganhou o noticiário do Brasil inteiro pelo esforço que desempenhou na tentativa de salvar as crianças do incêndio na creche, o que acabou levando à perda de sua vida.
Helley foi uma pessoa marcada pela superação.
Com a perda da irmã, Paulo Rogério ficou desconsolado. “Não tem o que falar. Não tenho palavras para dizer, (a morte de Helley) é uma coisa muito trágica. Ninguém esperava que pudesse acontecer. Ela também não merecia uma coisa dessa. Ela era realmente muito dedicada à família e ao trabalho”, disse.
DEDICAÇÃO Formada em pedagogia, Helley começou a trabalhar há alguns anos como professora municipal em Nova Porteirinha, separada de Janaúba pelo Rio Gorutuba. Inicialmente, trabalhou na zona rural, numa comunidade chamada Dengoso. Depois, trabalhou na Escola Estadual Luzia Mendes, no Bairro Dente Grande, área de baixa renda de Janaúba.
No enterro de Helley, o marido dela, Luiz Carlos Batista, fez aumentar a emoção, quando, aos prantos, encontrou forças para mencionar as qualidades da mulher. “Ela se foi por salvar vida das crianças. Acho que a missão dela era esta, salvar vidas. Mesmo sofrendo, eu tenho que aceitar. Foi por obra de Deus. E Deus é justo”, afirmou Luiz Carlos. Ele afirmou que Helley considerava os alunos da creche como verdadeiros filhos, “embora eles não fossem filhos biológicos dela”.
Luiz Carlos também contou que, na véspera da tragédia, uma amiga de Helley disse que ela não deveria ir na creche no dia seguinte, porque estava muito rouca.
Reconhecimento de amigos e colegas
“Ela era uma pessoa muito dedicada. Adorava o que fazia, Nasceu para ser professora. Nem parecia que tinha enfrentado algum sofrimento na vida”, afirma Elizabeth Fernandes, colega de trabalho e muito amiga de Helley, referindo-se ao episódio vivido por ela com a perda do filho Pablo. “A Helley sempre andava com um sorriso no rosto”, completa Elizabeth. Segundo ela, ultimamente, a professora estava muito feliz com a proximidade da realização de um sonho: a formatura do marido no curso de odontologia.
A professora Eunice Batista Borges é outra que enaltece as qualidades da colega morta na tragédia em Janaúba. “Ela era uma pessoa muito prestativa. Era uma pessoa excelente, muito companheira mesmo”, diz. “A Helley era uma pessoa exemplar, amiga de todos os momentos, das horas boas e das horas difíceis também”, destaca Silvinha Ferreira, também professora na cidade.
A auxiliar Mirelle Brito, também funcionária da creche, enche Helley de elogios. Mirelle conta que, na quinta-feira, Helley estava muito alegre. “Ela disse que iria brincar com as crianças e ensinar zumba para elas”. Infelizmente, a dança não ocorreu. Mirelle trabalhava na creche no dia da tragédia e escapou porque estava com um grupo de crianças, “que tomavam banho de mangueira” após brincadeira em cama elástica, no pátio do centro de educação infantil.,
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