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Estado de Minas

'Estamos sofrendo como todas as vítimas', diz irmã de vigia que incendiou creche em Janaúba

Simone Soares dos Santos, que é professora, também elogiou atitude das colegas de profissão que enfrentaram o irmão para tentar salvar os alunos


08/10/2017 18:26 - atualizado 08/10/2017 18:35


Uma das irmãs do vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, causador da tragédia de Janaúba, no Norte de Minas, Simone Soares dos Santos, que é professora e vice-diretora de uma escola na cidade, fez um apelo neste domingo, destacando que a família do autor do crime também está sofrendo com a tragédia. Segundo ela, mensagens começaram a circular em grupos de Whatsapp e redes sociais em Janaúba atacando a família com boatos de retaliação. “Eu quero pedir à sociedade que entenda que nós da família também estamos sofrendo muito como todas essas vítimas. O fato causou um sofrimento e uma dor geral”, diz Simone.

Ao avaliar a atitude da colega de profissão Helley Abreu Batista de 43 anos, que morreu tentando salvar as crianças da tragédia, e também das outras colegas que estão internadas se recuperando das queimaduras, Simone elogiou os atos de bravura. “Se eu estivesse no lugar delas, eu também faria a mesma coisa”, afirma.

A professora pontuou que, apesar de o irmão ser uma pessoa tranquila, há menos de três anos ele passou por um problema de relacionamento com uma namorada e isso teria agravado seus problemas mentais. A Polícia Civil destacou que mesmo com histórico de problemas psiquiátricos, Damião não estava em surto e premeditou o crime. Ainda conforme Simone, há pouco mais de três anos, com a morte do pai, Patrocino Soares dos Santos, Damião rompeu com a família, mas continuou aparecendo de vez em quando na casa da mãe, Joaquina Maria dos Santos, de 85 anos.


Depois de algum tempo afastado dos parentes, na véspera da tragédia ele dormiu na casa da mãe e saiu de manhã cedo tranquilamente sem despertar nenhuma suspeita da barbaridade que pretendia cometer. Integrante de uma família de 11 irmãos, Damião é apontado tanto por familiares quanto por conhecidos como uma pessoa tranquila, que nunca levantou suspeitas de que seria capaz de um ato com tanta crueldade, deixando oito crianças, uma professora e ele próprio mortos.

“O Damião era um sujeito de poucas palavras. Não sabia que ele tinha um coração ruim. Eu achava que era um cara do bem”, afirma o autônomo Edilson Costa Soares, que já trabalhou com o vigia alguns anos atrás em obras civis em Janaúba. Ele disse que Damião era eletricista, mas na empresa trabalhou como encarregado de obras e fiscalizava serviços da implantação de rede de esgoto na cidade.

Damião foi caracterizado como uma pessoa aparentemente tranquila, que nunca tinha dado sinais de que seria capaz de planejar um crime tão bárbaro(foto: Reprodução Internet/Facebook)
Damião foi caracterizado como uma pessoa aparentemente tranquila, que nunca tinha dado sinais de que seria capaz de planejar um crime tão bárbaro (foto: Reprodução Internet/Facebook)

Edilson é morador do Bairro Rio Novo, onde também residia o vigilante. No mesmo bairro mora o comerciante Valdemir Costa da Silva, que disse que foi surpreendido quando tomou conhecimento do bárbaro crime cometido por Damião. “Fiquei muito surpreso mesmo. Eu nunca imaginava que ele pudesse fazer isso. Pois ele era um sujeito calado. A cidade está chocada”, diz Valdemir. Uma vizinha da família que não quis se identificar disse que está com medo. “Tenho dois filhos pequenos e estão fazendo ameaças por redes sociais. A gente está com medo”, disse a mulher que não quis se identificar.


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