O pedreiro Gilvaldo Oliveira Almeida nunca vai se esquecer do desespero do menino Mateus Felipe Rocha Santos, com 5 anos completados no último dia 27, em uma janela da Creche Gente Inocente, que se incendiava. Ele, que ajudou a salvar crianças, conta que retirou pelo menos sete vítimas do meio das chamas. Mateus foi o último que resgatou, e acabou se tornando o nono ferido a perder a vida devido à tragédia. O corpo dele foi enterrado ontem, com honras militares, no cemitério da cidade
Leia Mais
Dor e sofrimento marcam a mais triste das semanas da criança em Janaúba'Foi difícil suportar isso', diz coveiro de cemitério onde foram enterradas vítimas de JanaúbaParentes de vítimas da tragédia de Janaúba recebem 4 toneladas de doaçõesMais uma criança vítima de Janaúba deixa Hospital João XXIIIDuas crianças feridas em creche de Janaúba deixam Hospital Odilon BehrensDuas crianças feridas em creche de Janaúba deixarão hospital de BH nesta quarta-feiraCruz Vermelha vai doar mais de 1,3 mil brinquedos para crianças em JanaúbaO padre Valdeci Pereira Souza, que nasceu no Bairro do Barbosa, onde mora a família de Mateus e da maioria das vítimas, disse que pessoas como o pedreiro Gilvaldo foram enviadas por Deus. “As pessoas perguntam onde estaria Deus naquele momento, mas Deus contribuiu enviando forças à aquelas pessoas que ajudaram a salvar crianças e impediram que a tragédia fosse maior”, disse o religioso, também chocado com a situação.
Mateus estava internado no Hospital João XXIII desde sábado, quando foi transferido em estado grave do Norte de Minas. A morte dele foi confirmada na segunda-feira.
No início da tarde de ontem, o corpo do garoto seguiu para o cemitério da cidade, acompanhado de dezenas de pessoas. Mateus recebeu homenagem de 10 militares que compareceram ao sepultamento. “A homenagem foi prestada porque o garoto foi um guerreiro e lutou muito pela vida. Ele tinha o sonho de ser policial militar, por isso prestamos esse reconhecimento em um momento que é muito triste”, disse, emocionado, o sargento Darlisson Francisco Rodrigues. Junto ao caixão, foram colocados dois carrinhos, ainda embrulhados em papel de presente, que o garoto iria ganhar.