Passadas as celebrações do dia de Nossa Senhora Aparecida, em Janaúba muitos ainda se agarram à fé e à devoção à padroeira do Brasil para entender ou suportar a dor da tragédia provocada pelo vigia Damião Soares dos Santos, que em ataque à Creche Gente Inocente matou a si mesmo, além de nove crianças e da professora Heley de Abreu Batista. Entre esses fiéis está o próprio marido da educadora, o protético Luiz Carlos Batista. Ele conta que a mulher era devota e credita à padroeira a força que ela teve para salvar várias crianças das chamas, mesmo tendo sofrido tantas queimaduras.
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Tragédia de Janaúba escancara crise no Hospital João XXIII, em Belo HorizonteEmpresários apresentam proposta para a construção da nova creche em Janaúba Menino ferido em incêndio na creche de Janaúba recebe alta em Belo HorizonteRodovia ganha nome de professora que salvou crianças em creche de JanaúbaConfira o estado de saúde das vítimas da tragédia de Janaúba ainda internadasDentro da creche Gente Inocente, ficou preservada outra pequena imagem da santa, levada por Heley. Chama a atenção o fato de que, apesar de a maior parte da sala ter sido destruída, a peça continuou intacta. No mesmo local algum morador aproveitou para colocar um rosário.
A relação de Heley com Nossa Senhora Aparecida é destacada pelo marido, ele mesmo buscando na fé forças para sobreviver a mais uma provação. Desde que o casal se uniu, em 1997, marido e mulher logo ingressaram na pastoral familiar da Igreja de Nossa Senhora Aparecida de Janaúba, onde foi celebrada uma das missas em intenção da professora.
Luiz Carlos relembra que pouco tempo após o casamento eles passaram por uma imensa dor: a perda do primeiro filho casal, afogado na piscina de um clube.
Ainda muito abalado com a perda da esposa, Luiz contou que voltou a rogar à padroeira do Brasil. “O momento que estou vivendo é muito doloroso, mas já me entreguei nas mãos de Nossa Senhora para superar essa dor”. Para Luiz, foi a devoção à santa que fez com que a mulher lutasse contra o vigia e conseguisse impedir uma tragédia ainda maior, salvando várias crianças a custo da própria vida. “O demônio mandou o mal, na forma de um homem, mas Jesus Cristo e Nossa Senhora intercederam naquele momento por intermédio de uma mulher, que foi a Heley.
A devoção da professora é destacada também pela aposentada Maria Aparecida Miranda, de 62, moradora do Bairro Rio Novo, também devota da padroeira do Brasil. “Tenho certeza de que foi Nossa Senhora que iluminou a professora Heley para salvar as crianças. Ela foi uma guerreira. Nossa Senhora vai continuar abençoando as famílias, para vencer a dor dessa tragédia”, disse Maria Aparecida, que foi ao cemitério se despedir da professora e também acompanhou os sepultamentos de várias crianças que foram vítimas do incêndio.