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Estado de Minas

Salários atrasados de funcionários do Sofia Feldman são quitados

Sem intervenções permanentes, maternidade referência para partos humanizados em BH vive com ações paliativas para colocar as contas em dia. Prefeito Alexandre Kalil visita unidade nesta quarta-feira


postado em 18/10/2017 06:00 / atualizado em 18/10/2017 08:06

Não só trabalhadores, mas também usuários têm feito sucessivas manifestações contra situação de penúria da unidade que atende ao SUS(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS - 08/03/2017)
Não só trabalhadores, mas também usuários têm feito sucessivas manifestações contra situação de penúria da unidade que atende ao SUS (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS - 08/03/2017)
Os salários dos funcionários da Maternidade Sofia Feldman, na Região Norte de Belo Horizonte, foram colocados em dia ontem, depois de paralisação de 24 horas dos trabalhadores na segunda-feira, com prejuízo no atendimento. A informação é do diretor técnico e administrativo da entidade, Ivo de Oliveira Lopes, que no fim do dia participou de reunião na sede do Ministério Público Estadual (MPEMG). “Está tudo em dia. Os 30% que faltavam de agosto e os 100% de setembro”, afirmou. Hoje, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) pretende visitar a unidade de saúde para manter contato com a direção e discutir a questão.

De acordo com Lopes, repasses do governo estadual e da administração municipal teriam possibilitado o acerto da folha, em torno de R$ 3,5 milhões. Mas ele destaca a necessidade de soluções permanentes. “Ficamos muito felizes com a intervenção do Ministério Público. Está chamando todos nós à mesa para esclarecer fatos e buscar condições em conjunto. Porque o Sofia 100% SUS, é 100% SUS na assistência, mas também na gestão”, assinalou o dirigente. Além da paralisação da segunda-feira, a situação de “penúria” da maternidade tem sido alvo de vários protestos.

A 120ª Reunião de Mediação Sanitária: Direito, Saúde e Cidadania, realizada ontem entre o fim da tarde e começo da noite, sob a coordenação do Centro de Apoio Operacional (CAO Saúde), do Ministério Público Estadual, ocorreu na sede do órgão e teve a participação ainda do secretário municipal de Saúde de BH, Jackson Machado, e de representantes da secretaria estadual, Ministério da Saúde, Assembleia Legislativa, entre outros setores.

O secretário Jackson Machado considerou positivo o encontro no MP. A importância desse encontro é reconhecer a relevância que o Sofia Feldman têm para saúde de Belo Horizonte e, principalmente, para Minas Gerais, uma vez que 36% dos partos normais do estado são realizados no Sofia. Muitas vezes os recursos desse atendimentos não são repassados para o município de Belo Horizonte. E muitas vezes arca sozinho com todo custo desse espaço. Essa discussão vai permitir uma melhora da distribuição de recursos entre os três entes federativos”, pontuou.

O promotor de Justiça Gilmar de Assis, do CAO Saúde, que convocou a reunião, disse que o Ministério Público busca ter uma ação coletivizada, com todos os atores envolvidos, para discutir, na forma de mediação, a questão do déficit financeiro. “O MP tem cumprindo seu papel, envolvendo as três esferas a sentar, conversar e convergir e perceberam que um determinado equipamento como o Sofia Feldman é um patrimônio nacional, por sua capacidade operacional, por ser referência em parto de risco, para mais de 300 municípios mineiros, e que evidentemente merece ter um tratamento diferenciado, não apenas assistencial, mas econômico-financeiro”, afirmou o promotor.


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