Acusado pelo Ministério Público pela morte de Rodrigo Augusto de Pádua, 30 anos, suposto fã da modelo e apresentadora Ana Hickman – que tentou matá-la em maio do ano passado em um hotel no Bairro Belvedere, Região Centro-Sul de Belo Horizonte – Gustavo Henrique Bello Correa, cunhado de Ana, afirmou que não se arrepende do ato.
“A gente não pode se arrepender do que não teve opção. Não foi uma briga de bar, eu não estava dirigindo alcoolizado, não foi nada disso. Ou eu faria ou eu não estaria aqui. Tenho tristeza de ter tirado uma vida, mas antes a dele que a minha”, afirmou Gustavo, logo depois da primeira audiência que poderá definir se ele será julgado por assassinato ou enquadrado na tese de legítima defesa.
Gustavo Bello Correa veio a Belo Horizonte para participar da audiência, mas seu depoimento foi adiado para 18 de dezembro. Nesta sexta-feira foram ouvidos a apresentadora Ana Hickman, a assessora Giovana Oliveira, a sogra Maria Helena e o cabeleireiro Júlio Figueiredo, que na ocasião do ataque prestava serviço modelo. No dia 18 serão ouvidos ainda o segurança do hotel, o irmão de Rodrigo de Pádua e um perito contratado pela família.
Ao final da audiência, o advogado Fernando José da Costa insistiu na tese da legítima defesa. “Foi tirada a vida de um psicopata que invadiu um quarto de hotel com uma arma na nuca do Gustavo, que durante 30 minutos aterrorizou a família, que durante 20 minutos apontou essa arma, berrou, xingou, e claramente demonstrou que iria matar os três”, argumentou. “O criminoso na história se chama Rodrigo de Pádua. É importante que isso fique muito claro”, completou.
Já o promotor Francisco Santiago reafirmou que o caso envolve um assassinato. “Eu tenho uma convicção e me expressei em denúncia que foi recebida pela juíza Não vejo até hoje uma legítima defesa”, argumentou.
Acusação e defesa ainda trocaram farpas depois da audiência. Fernando da Costa acusou o promotor de ter “faltado à aula” da faculdade quando foi lecionado o instituto da legítima defesa. Francisco Santiago não deixou por menos: “Devo ter faltado de aula junto com ele. Mas faço um convite a ele para assistirmos às aulas e talvez será ele que mudará de opinião”.
A modelo Ana Hickman deixou o Fórum Lafayette, no Centro de Belo Horizonte, confiante na absolvição do cunhado. “Acredito na Justiça e acredito que isso aqui vai terminar do jeito que tem que ser; meu cunhado sendo absolvido como legítima defesa”.