Jornal Estado de Minas

Acúmulo de pedidos e demora no atendimento denunciam problemas da iluminação pública de BH

A falha em 10 lâmpadas de um dos quarteirões mais movimentados de Belo Horizonte, a lista de reclamações e demora de mais de três meses para começar a resolver o problema revelam o tamanho do desafio de administrar a iluminação pública em Belo Horizonte. O problema foi registrado na Avenida Afonso Pena, entre a Praça Sete e o cruzamento das ruas São Paulo e Tupinambás, no Hipercentro da capital, e levou funcionários do Hotel Financial a uma verdadeira maratona em busca da solução para o defeito. Em um intervalo de 107 dias, entre 23 de junho e 6 de outubro, foram 27 chamados para os canais da Prefeitura de BH, já incluindo o período de atendimento do consórcio Belo Horizonte Iluminação Pública (BHIP), empresa que desde 22 de junho tem a responsabilidade da manutenção na área.

As reclamações do hotel entram em um universo de mais de 27 mil chamados gerados nos primeiros três meses de atendimento da BHIP, dos quais mais de 20 mil só para informar sobre lâmpadas queimadas. A BHIP argumenta que o problema da Afonso Pena foi resolvido e que, quando assumiu, a taxa de chamados em aberto era de 6,5%, ou cerca de 12 mil pontos. “Atualmente, esse número é inferior a 0,5%, ou seja, menos de 700 ocorrências em atendimento”, informou.

Mas o desempenho não convence o gerente-geral do Hotel Financial, Cesar Viana. Ele conta que em 23 de junho foi aberta a primeira reclamação sobre o fato de 10 lâmpadas estarem queimadas em um único quarteirão da Avenida Afonso Pena. O problema se localizava entre os números 511 e 597, no sentido rodoviária da via, no quarteirão entre a Praça Sete e a Rua dos Tupinambás. Naquela ocasião, foi informado um prazo de cinco dias para solução da demanda, o que não aconteceu.


Cesar argumenta que o problema já vinha ocorrendo cerca de três meses antes da data da primeira ligação, tempo em que ele decidiu esperar pela manutenção. Como nada foi feito, começaram as solicitações. “Com muita facilidade a gente percebe claramente que essa parte da avenida ficou muito escura e, por isso, mais perigosa. Os hóspedes reclamavam bastante sobre a sensação de insegurança ao passar pelo local”, afirma.

Queixas Desde a primeira queixa, em 23 de junho, até 6 de outubro foram 27 contatos e 18 atendentes diferentes, até que sete lâmpadas foram trocadas, segundo o gerente. “É muito triste você conviver com essa situação e ter que brigar e choramingar. A coisa mais simples é trocar uma lâmpada. Nós prestamos um serviço como se fôssemos fiscais da prefeitura”, acrescenta Viana.

Apesar do desgaste, sem sucesso para a troca de três luminárias até a última sexta-feira, ele disse que não vai desistir. “Vamos continuar brigando com eles até que tudo seja resolvido”, completa.

Procurado pelo Estado de Minas, o consórcio BHIP informou que nos últimos dias equipes de manutenção estiveram no local e repararam sete pontos de iluminação pública, o que coincide com as informações de funcionários do Hotel Financial. Segundo a concessionária, havia ainda três pontos que necessitavam de trabalhos de escavação, manutenção subterrânea e interdição de calçada, mas essa ação teria sido realizada no último sábado, com a finalização dos trabalhos. Porém, a BHIP informou que faria nova vistoria no trecho na sexta-feira, o que, segundo a gerência do hotel, não ocorreu, fazendo com que o problema persistisse pelo menos até ontem.


27 mil pedidos em três meses


O consórcio Belo Horizonte Iluminação Pública foi o escolhido por meio de licitação para fazer a manutenção e modernizar o parque de iluminação pública da capital mineira. Em três meses de atuação, segundo o concessionário, foram feitas mais de 27 mil solicitações, das quais 48% teriam sido geradas pela própria companhia, que detectou falhas em suas rondas pela cidade. O início do trabalho começou justamente junto com a primeira reclamação feita pelos funcionários do Hotel Financial sobre a escuridão próximo à Praça Sete. Entre os mais de 27 mil problemas, 20 mil se referiam a lâmpadas queimadas. A empresa informa que substituiu 13 mil, além de 3 mil reatores.

A área com mais falhas foi a Região Centro-Sul, com 3,9 mil solicitações, seguida do Barreiro, com 3,8 mil.

Além do trabalho de manutenção, a BHIP promete começar amanhã a substituição de 182 mil lâmpadas de vapor de sódio pela tecnologia de LED. O cronograma prevê a troca em três anos, até dezembro de 2020. Seguindo uma determinação da prefeitura, a BHIP vai iniciar a substituição pelas áreas mais carentes e com maiores índices de criminalidade da cidade. “Até o final de agosto de 2018, as regiões de Venda Nova, Barreiro e Norte já estarão totalmente modernizadas, com aproximadamente 50 mil pontos funcionando com a nova tecnologia”, segundo a BHIP.

 

Serviço
Não fique no escuro
Em casos de não funcionamento, lâmpadas oscilando ou acesas durante o dia e braço da luminária quebrado,
ligue 0800-941-6789, acione o bhip.com.br ou use o aplicativo BHIP para smartphones e tablets.

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