Leia Mais
Incidência da Aids triplica entre jovens brasileirosCresce a procura por teste rápido para Aids e sífilis em BHAlerta para HIV em BH cresce entre mais jovens SUS começará a oferecer pílula contra o HIVDeve sair hoje laudo sobre morte suspeita de febre maculosa na Grande BHHomem morre após quebrar vidro da casa da namorada em BHDe acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a incidência da infecção pelo HIV é mais preocupante entre homens jovens.
O aumento dos diagnósticos de infecção pelo HIV na capital pode ter relação com a expansão da oferta dos testes rápidos para o vírus – assim como para sífilis e hepatites B e C – no Sistema Único de Saúde (SUS). O número de exames na rede pública cresceu em 3.100% desde 2014 (287) até a primeira semana de agosto de 2017, quando quase alcançou o total de exames feitos em 2016 – cerca de 9.200. Mesmo com a maior oferta de testes na rede pública, estima-se que haja aproximadamente 10 mil pessoas infectadas pelo HIV em Belo Horizonte, das quais 12% não foram diagnosticadas, tampouco se tratam.
O texto divulgado pela OMS com o alerta para a resistência aos antirretrovirais inclui o Brasil em uma lista de 11 países pesquisados na África, Ásia e América Latina. Pelo estudo, Guatemala, Nicarágua, Namíbia, Uganda, o Zimbábue e a Argentina tinham mais de 10% das pessoas que começaram o tratamento com uma cepa do vírus resistente a medicamentos disponíveis no mercado. O Brasil está na lista das nações com registro de resistência do micro-organismo em novos pacientes, mas com índice menor que 10%. Porém, a organização internacional diz que o crescimento dessas taxas, mesmo que ainda lento, tem potencial para minar o progresso mundial no tratamento e prevenção da doença.
O fantasma do descontrole
Na prática, a resistência aos antiretrovirais ocorre porque o HIV tem uma capacidade de mutação muito grande.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a resistência do agente aos medicamentos antirretrovirais pode acarretar falhas no tratamento e descontrole da infecção pelo HIV. “Assim, caso não haja intervenção adequada, pode ocorrer progressão da doença e, consequentemente, adoecimento da pessoa infectada, aumentando a possibilidade de morbidade e mortalidade relacionadas à infecção pelo vírus”, informa texto da secretaria.
Outro alerta vale para infectados com o vírus que, mesmo em tratamento, mantenham relações sexuais desprotegidas. “É real a possibilidade de uma pessoa que vive com HIV ser novamente infectada por outra cepa viral, podendo essa cepa ser resistente aos antirretrovirais usados pelo paciente. O impacto de eventos como esse é a progressão da infecção e risco de adoecimento por eventos relacionados à Aids”, alerta a pasta municipal.
Por isso, a secretaria frisa a importância de o tratamento prescrito ser cumprido à risca. “O uso contínuo e correto das medicações é fundamental para garantir a eficácia do tratamento, e isso ainda representa um grande desafio para a saúde pública, tanto para o controle da doença no indivíduo infectado quanto para a redução da transmissão do vírus”, sustenta.
HIV X AIDS Ser portador do vírus HIV não significa necessariamente ter Aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.