Foi adiada para 26 de março de 2018 a primeira audiência de instrução sobre a morte da menina Mariana Silva Rabelo de Oliveira, de 8 anos, que se afogou na piscina do Jaraguá Country Club, no Bairro Jaraguá, na Região da Pampulha, em 2014. O réu e 12 testemunhas - sete de acusação e cinco de defesa, além de outras três por carta precatória -, seriam ouvidos na manhã desta quarta-feira.
De acordo com o Fórum Lafayette, a defesa do réu Ângelo Coelho Neto, engenheiro civil e diretor do clube à época do caso, havia pedido a realizado de uma perícia técnica. O juiz acabou deferindo a solicitação hoje e o procedimento será retomado quando o laudo for incorporado ao processo.
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Ainda de acordo com o documento, “a colocação e a disposição do tubo de sucção localizada no interior da piscina do toboágua, a ausência de proteção da extremidade do mesmo e o fato de estar o bocal de sucção submerso gerou um risco intenso, constante e previsível para todos os banhistas que utilizavam a referida piscina, tudo consistente em falha na execução do projeto de reforma realizado pelo acusado, engenheiro civil e Diretor do Clube”.
Em 2015, o TJMG acompanhou a decisão de primeira instância do Fórum Lafayette e manteve como homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) o crime atribuído a Ângelo Coelho Neto.
Os três desembargadores rejeitaram o recurso do promotor Francisco de Assis Santiago, do 2º Tribunal do Júri, que entendeu a conduta de Ângelo como homicídio com dolo eventual, quando o acusado assume o risco de matar. Nesse caso, a pena varia de seis a 20 anos de prisão – no homicídio culposo, a pena é de uma a três anos de reclusão.
O relator do caso no TJ, desembargador Eduardo Machado, entendeu que, apesar de constatadas as falhas que causaram a morte de Mariana, não foram encontrados indicativos de que o acusado consentiu com o resultado final. Ele admitiu os erros de engenharia que culminaram com a morte da criança, criticando essas intervenções.