Jornal Estado de Minas

Ar-condicionado e mudança no layout: veja os novos ônibus da frota de BH

Os novos modelos têm ar-condicionado, suspensão a ar e são todos na cor azul - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press

Oito meses depois de Alexandre Kalil assinar um decreto condicionando a instalação de ar-condicionado e suspensão a ar nos novos ônibus das empresas que operam as linhas gerenciadas pela BHTrans, o prefeito de Belo Horizonte comemorou ontem a entrada em operação dos primeiros 30 veículos. Na próxima semana, mais 40 vão ganhar as vias públicas. A substituição da frota (2.849 coletivos) ocorrerá gradativamente.

“É muito legal ajudar, fazer o povo se sentir melhor. O pessoal mais pobre vai ter mais conforto. Isso foi promessa (de campanha). Nós andamos em ônibus. Vimos a covardia que era. Ela não acabou.

Vai acabar com o tempo. Aqui não tem (ninguém) melhor que ninguém. A gente vai devagar arrumando a cidade. É um investimento grande pelas concessionárias (das linhas)”, disse Kalil.

Mas os novos ônibus trazem uma curiosidade que exige atenção dos usuários. Aos poucos, à medida que a frota for renovada, todos os coletivos terão a mesma cor: duas tonalidades de azul. Na prática, não haverá mais cores diferentes para informar aos usuários que determinada linha é diametral (azul), troncal ou semi-expressa (verde), alimentadora ou circular (amarela) e perimetral (laranja).

O presidente da BHTrans, Célio Freitas Bouzada, acredita que a mudança não prejudicará os passageiros. Ele explica que a gestão passada da BHTrans (no governo Célio de Castro) fez uma pesquisa junto aos usuários e que a cor não é tão determinante.

Por outro lado, o consultor em mobilidade José Aparecido Ribeiro alerta que o novo layout poderá, pelo menos em princípio, exigir muita atenção de um grupo de passageiros: “Cores diferentes são importantes, tendo em vista que muitos usuários são analfabetos”, afirma.

Posteriormente, complementa Ribeiro, “a população acaba se acostumando, já que o mais importante são os números que identificam as regiões”.
O presidente da BHTrans, Célio Freitas Bouzada - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press

Alheio ao novo leiaute, o motorista Juarez Ferreira aprovou as exigências do decreto que exige das concessionárias ar-condicionado e suspensão a ar. Ele foi o condutor que guiou o ônibus da linha 815 (Paulo VI) em que o prefeito de BH viajou, na tarde de ontem, para conhecer de perto o começo de uma nova frota. “Kalil entrou, cumprimentou a mim e aos outros passageiros, pagou a passagem e rodou a roleta. Desceu aqui, no Terminal São Gabriel”, disse o motorista.

E foi no São Gabriel que Kalil comentou a polêmica história da caixa-preta nos custos do sistema do transporte coletivo na cidade em gestões passadas. A prefeitura publicou uma licitação para auditar os contratos, mas a Justiça suspendeu o processo. Em atendimento a uma liminar movida por um morador, o Judiciário considerou que o edital estaria em desacordo com a lei.

“O que o prefeito pode fazer é colocar uma licitação para fazer uma auditoria na caixa da BHTrans, dos ônibus, de tudo. Quando a Justiça impede, (caso) se o prefeito continua, ele vai preso. Então temos que fazer o seguinte: vai cobrar de quem impediu de continuar a concorrência, porque que não vão abrir a caixa-preta da BHTrans.

Não para o prefeito que já licitou, já colocou na praça e ia abrir quando a Justiça impediu. Isso é chato, porque saiu da mãos do prefeito”, reclamou Kalil.


APLICATIVOS O prefeito comentou ainda outro assunto polêmico: o acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que decidiu, em agosto passado, que os motoristas dos aplicativos de transportes de passageiros não precisam ser cadastrados na BHTrans, a exemplo dos taxistas. Tampouco podem ser multados pelo serviço.

“Já estamos conversando com eles (aplicativos). Já tivemos a primeira reunião. Vamos sentar para normatizar isso. Também (com representantes do serviço) de táxis, que não podem ficar a mercê de uma coisa descontrolada”, finalizou o prefeito.

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