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Os laudos de necrópsia apontaram que os chutes na cabeça de Yuri, dados por Rubens, foram os causadores da morte do jovem. O réu devem cumprir 15 anos, 4 meses e 15 dias em regime fechado. Outros três envolvidos tiveram a acusação por lesão corporal seguida de morte desqualificada.
Deivide de Souza e Francisco Ricardo Sabino Nero, instrutor de artes marciais, foram condenados por lesão corporal grave e receberam pena de 8 anos de prisão em regime fechado. Já Diogo Felipe Sales recebeu sentença de 7 anos e 6 meses de reclusão em regime aberto também por lesão corporal grave. A desqualificação dos réus foi aceita pelo júri, que acatou o argumento de que os homens tinham se envolvido em uma briga de rua.
O quinto acusado, Clésimo Mateus Santos Gonçalves, foi absolvido pelo tribunal. Baseada nas imagens das câmeras que registraram o crime, a defesa alegou que Clésimo em nenhum momento bateu na vítima e que apenas pegou uma quantia em dinheiro no bolso de Yuri, tendendo a pedido de um dos agressores.
Durante a sessão, os acusados disseram que estavam sob efeito de bebida alcóolica, maconha, cocaína e loló. Clésimo Santos disse ao juiz Walter Zwicker Esbaille Júnior, presidente da sessão, que a vítima pegou R$10 emprestado com ele para fazer um canudo e consumir drogas. Contudo, ao devolver o dinheiro, Yuri teria entregado um panfleto a Clésimo, o que teria motivado as agressões e morte da vítima.
A versão do acusado reforça a denúncia do Ministério Público, que apontou a causa do espancamento e morte por uma dívida de R$ 10 de compra e venda de drogas.
Relembre
O inquérito sobre o caso foi concluído em agosto do ano passado. As agressões aconteceram na madrugada de quarta-feira de cinzas. O crime foi às 4h14, em frente ao número 275 da Rua Carijós. Yuri foi linchado por cinco homens que pularam sobre o seu corpo diversas vezes, até causar traumatismo craniano e matá-lo. A vítima implorou para não ser morta, segundo relatos de testemunhas à PM.
As investigações revelaram que, no dia do crime, Yuri estava no Centro da cidade vendendo "loló". Um dos compradores acabou se desentendendo com ele por causa da quantidade de droga fornecida e o preço cobrado.
De acordo com a Polícia Civil, a discussão acabou se transformando em uma pancadaria e outros homens se juntaram ao grupo. Yuri ainda tentou correr, como mostram imagens capturadas no local, mas a fuga foi dificultada pelo fato de estar com um dos pés quebrado (fratura ocorrida antes do crime). As agressões começaram na Avenida Amazonas e se estenderam até a Rua Carijós. Depois da agressão, os homens ainda levaram os pertences da vítima.
De acordo com familiares, Yuri estudou até a oitava série e trabalhava de bicos como garçom e servente de pedreiro. Ele deixou três filhos, na época, duas meninas de 3 e de 5 anos, e um menino de 1 ano e 6 meses.
*Sob supervisão do editor Benny Cohen
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