O Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou quatro dos cinco acusados pela morte de Yuri Eustáquio Alves Domingos, de 21 anos, espancado na madrugada do dia 10 de fevereiro de 2016, durante o carnaval , na Região Central de Belo Horizonte.
O crime foi registrado por câmeras de olho vivo e o julgamento, ocorrido nessa quinta-feira, no 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, durou mais de onze horas.
O crime foi registrado por câmeras de olho vivo e o julgamento, ocorrido nessa quinta-feira, no 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, durou mais de onze horas.
Rubens Felipe Sales da Silva foi apontado como o responsável pela morte de Yuri e foi o único que recebeu sentença por homicídio. A condenação do réu foi triplamente qualificada por motivo de agressão fútil, uso de meios cruéis e por não permitir possibilidade de defesa à vítima.
Os laudos de necrópsia apontaram que os chutes na cabeça de Yuri, dados por Rubens, foram os causadores da morte do jovem. O réu devem cumprir 15 anos, 4 meses e 15 dias em regime fechado. Outros três envolvidos tiveram a acusação por lesão corporal seguida de morte desqualificada.
Deivide de Souza e Francisco Ricardo Sabino Nero, instrutor de artes marciais, foram condenados por lesão corporal grave e receberam pena de 8 anos de prisão em regime fechado. Já Diogo Felipe Sales recebeu sentença de 7 anos e 6 meses de reclusão em regime aberto também por lesão corporal grave. A desqualificação dos réus foi aceita pelo júri, que acatou o argumento de que os homens tinham se envolvido em uma briga de rua.
O quinto acusado, Clésimo Mateus Santos Gonçalves, foi absolvido pelo tribunal. Baseada nas imagens das câmeras que registraram o crime, a defesa alegou que Clésimo em nenhum momento bateu na vítima e que apenas pegou uma quantia em dinheiro no bolso de Yuri, tendendo a pedido de um dos agressores.
Durante a sessão, os acusados disseram que estavam sob efeito de bebida alcóolica, maconha, cocaína e loló. Clésimo Santos disse ao juiz Walter Zwicker Esbaille Júnior, presidente da sessão, que a vítima pegou R$10 emprestado com ele para fazer um canudo e consumir drogas. Contudo, ao devolver o dinheiro, Yuri teria entregado um panfleto a Clésimo, o que teria motivado as agressões e morte da vítima.
A versão do acusado reforça a denúncia do Ministério Público, que apontou a causa do espancamento e morte por uma dívida de R$ 10 de compra e venda de drogas.
Relembre
O inquérito sobre o caso foi concluído em agosto do ano passado. As agressões aconteceram na madrugada de quarta-feira de cinzas. O crime foi às 4h14, em frente ao número 275 da Rua Carijós. Yuri foi linchado por cinco homens que pularam sobre o seu corpo diversas vezes, até causar traumatismo craniano e matá-lo. A vítima implorou para não ser morta, segundo relatos de testemunhas à PM.
As investigações revelaram que, no dia do crime, Yuri estava no Centro da cidade vendendo "loló". Um dos compradores acabou se desentendendo com ele por causa da quantidade de droga fornecida e o preço cobrado.
De acordo com a Polícia Civil, a discussão acabou se transformando em uma pancadaria e outros homens se juntaram ao grupo. Yuri ainda tentou correr, como mostram imagens capturadas no local, mas a fuga foi dificultada pelo fato de estar com um dos pés quebrado (fratura ocorrida antes do crime). As agressões começaram na Avenida Amazonas e se estenderam até a Rua Carijós. Depois da agressão, os homens ainda levaram os pertences da vítima.
De acordo com familiares, Yuri estudou até a oitava série e trabalhava de bicos como garçom e servente de pedreiro. Ele deixou três filhos, na época, duas meninas de 3 e de 5 anos, e um menino de 1 ano e 6 meses.
*Sob supervisão do editor Benny Cohen