No início desta manhã, muitas pessoas chegaram ao cemitério e procuraram pelo túmulo de Heley, que só foi identificado quando o marido, Luiz Carlos Batista, foi até o local e colocou uma foto da professora com o filho de quatro anos, que morreu em 2002. Luiz, que estava em companhia dos filhos adolescentes, Breno e Lívia, acendeu velas, depositou flores e orou pela mulher.
Moradores de Janaúba visitaram o túmulo da professora. Eliene Barroso disse que ela "foi uma guerreira". "Ela morreu no seu ofício por tentar salvar as crianças, pelas quais entregou sua vida", falou a dona de casa. A aposentada Marileide de Andrade também foi ao local e contou que já trabalhou na creche há nove anos "Ela perdeu a vida para salvar as crianças".
Quem também passou pelo tumulo da professora foi a agente comunitária Fernanda Michele Andrade: "Acho que a Heley tentou salvar as crianças porque não queria que as outras mães sentissem a mesma que dor que ela teve".
Durante o dia, muitas famílias também prestaram homenagens aos filhos mortos em tragédia. Uma dessas pessoas foi Valdirene Santos, mãe de Matheus Felipe Rocha Santos, de 5 anos, nona criança morta na tragédia. "Sinto uma sensação estranha. É a primeira vez que venho ao túmulo do meu filho, e é como se ele estivesse junto a mim. Não sei explicar", falou Valdirene.
A mãe de Ruan Miguel Soares Silva, 4, Janne Kelley disse que estar ali naquele momento era uma emoção muito grande: "É um dia muito triste, mas sinto ainda como se meu filho estivesse alegre e sorridente".
Paulo Pereira dos Santos e Ana Paula da Cruz foram ao cemitério para levar flores e acender velas na sepultura do filho, Juan Pablo Cruz dos Santos, 4, vítima da tragédia. "Nunca imaginei que, neste dia, estaria no túmulo do meu filho. É uma dor de cortar o coração", contou o pai. "Eu não consigo falar o que estou sentindo. Não esperava prestar essa homenagem ao Juan", disse Ana Paula.
"Um abraço pode mudar nossa vida"
Na entrada do cemitério, um grupo de jovens de Janaúba distribuiu abraços grátis. Os Desbravadores Pioneiros de Gorutuba seguravam cartazes com os dizeres "um abraço pode mudar o seu dia". Naiaja Caroline contou que foram ao local nesta data simbólica "com o espírito de consolar as pessoas. As vezes um abraço muda a nossa vida".