Um dos trechos de uma das grandes obras prometidas para a capital mineira ganha gás para entrega ainda no fim deste ano, depois de o trânsito na Avenida José Cândido da Silveira retornar ao tráfego normal desde o início de outubro. Prevista para ficar pronta até dezembro, a Via 710 contará com uma nova pista de cinco quilômetros de extensão, que deve promover o acesso entre as regiões Leste e Nordeste, ligando as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado, na altura do Minas Shopping. Trata-se de um projeto complexo, envolvendo diversos fatores, como a desapropriação de imóveis. Com as chuvas de setembro e outubro, os operários ouvidos pelo Estado de Minas contaram que esses fatores podem influenciar na data de entrega.
Os trabalhos começaram em setembro de 2014, com estimativa inicial de conclusão para o final de 2016. De acordo com a autarquia, o cronograma foi reprogramado em função do andamento dos processos judiciais de desapropriação e remoções, além de adequações de projetos e implantação de sinalização. Até abril deste ano, quando o EM fez a última reportagem sobre o tema, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) precisava da decisão na Justiça de 52 desapropriações de imóveis que travavam o avanço do canteiro de obras, e de mais 47 remoções – também tratadas judicialmente – de famílias que ocupam terrenos no caminho da Via 710. No último balanço, divulgado pela Sudecap na tarde de ontem, o número de desapropriações previstas caiu para 22. Porém, o número de remoções judiciais necessárias aumentou para 49, sendo que 10 imóveis já foram liberados e o restante encontra-se em processo.
“A variação do número de desapropriações decorre de alterações no projeto inicial da obra ou da identificação da necessidade da medida”, pontuou a Sudecap, por meio de nota. No momento, os trabalhos estão concentrados no Bairro União e São Geraldo, na Região Nordeste de BH. Ontem, o EM foi até o canteiro de obras, próximo à Estação Santa Inês do metrô, no bairro de mesmo nome. Operários, que não se identificaram, contaram que as chuvas recentes dificultam a finalização – que tem previsão de ser concluída até dezembro. “Se tem chuva, não tem trabalho, né? Temos que parar tudo. Isso está atrasando muito. Acho difícil conseguirmos tudo até o mês que vem. Ainda tem muito chão”, afirmou um deles. Entretanto, a autarquia destaca que a finalização é uma prioridade na gestão do prefeito Alexandre Kalil (PHS). “Desde o início, o prefeito determinou a priorização e a intensificação dos trabalhos neste empreendimento”, disse a Sudecap.
CONTINUIDADE Portanto, o ritmo da obra vem se intensificando. O trânsito na Avenida José Cândido da Silveira, sentido Centro/bairro, retornou ao tráfego normal desde 3 de outubro. A avenida operava com desvios desde março de 2016 em função das obras. A interdição na pista foi necessária para a execução de redes de drenagem e trincheira, pista para caminhada, além da construção de viadutos. Para o segundo semestre de 2018, estão previstas a conclusão do viaduto Bolívar, a ligação da Rua Gustavo da Silveira com a Rua Conceição do Pará, as pistas Leste e Oeste, entre as avenidas José Cândido da Silveira e dos Andradas, além de mais 2,8 quilômetros de ciclovia.
A Sudecap destaca que várias frentes são executadas simultaneamente, como a estrutura do Viaduto Bolívar; terraplenagem, pavimentação e obras complementares (passeio, meio-fio e sarjetas) no trecho compreendido entre a Avenida Itaituba e a Rua Elísio de Brito; implantação de rede de esgoto; tratamento de subleito; pintura dos gradis; plantio de gramas e limpeza da pista Oeste. “Dentre os serviços já concluídos estão a passarela de concreto entre os viadutos; a construção dos viadutos D e E; pavimentação asfáltica; passeio; armação de cortina de contenção; instalação dos gradis; serviços de microdrenagens; contenções para a trincheira de intercessão entre a Via 710 e a Avenida José Cândido da Silveira; alças de acesso e pavimentação sob os viadutos da pista Leste do complexo da Avenida José Cândido da Silveira”, completou.