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Amigo pessoal e colega de trabalho do professor, o coordenador do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano classificou a morte de Antônio Leite como "uma brutalidade".
"Um colega exemplar, companheiro de luta, um professor nota 10. Enfim, um homem da paz, não merecia isso, não fez nada para isso. É mais uma vítima dessa violência insana e brutal nossa. É uma perda inexplicável, inaceitável," lamentou Marcus Vinícius. Antônio Leite foi um dos fundadores do Projeto Manuelzão, que hoje é coordenado por Marcus Vinícius.
Entenda o caso
O professor entrou no ônibus da linha 9805 por volta das 8h de ontem, no ponto da Praça Muqui, próximo ao número 111, como costumava fazer diariamente, no Bairro Renascença, na Região Nordeste de BH.
A confusão chamou a atenção de moradores e comerciantes da Rua Juazeiro, no Bairro São Cristóvão, onde o veículo parou. “Tinha acabado de abrir a loja. No ponto de ônibus estavam três pessoas. Quando olhei pela janela, vi o criminoso fazendo o movimento de dar as facadas.
Em conversa com os policiais, Alexandre contou uma versão que não convenceu a família da vítima nem as testemunhas do crime. Ele alegou que o professor e outros cinco homens o agrediram em um bar na Rua Jacuí na noite de domingo. Parentes afirmam que Antônio não frequentava bares nem tinha saído na noite anterior ao crime. Já pessoas que presenciaram a cena dizem que o agressor queria roubar o celular e a mochila do passageiro. Na casa de Alexandre foram encontradas a jaqueta e o boné usados por ele na hora do crime, com marcas de sangue.
Colegas lamentam
Amigos e familiares são unânimes: Antônio não espelhava e não tinha qualquer ressonância com a violência, mal-estar ou indisposição com o outro. Homem pacato, trabalhou a vida toda em prol da saúde pública. Há 20 anos, ao lado de dois amigos e colegas de profissão, fundou o Projeto Manuelzão, um dos ícones na busca pela revitalização dos rios. Além da família, a medicina era a grande paixão.
Por meio do Facebook, o Projeto Manuelzão divulgou uma nota lamentando a morte de Antônio Radicchi. “Uma perda irreparável para sua família, para o Projeto Manuelzão e toda a sociedade. O professor era um defensor do meio ambiente, um cidadão exemplar e foi vítima desta guerra civil e social que vivemos diariamente. Para nós do Projeto Manuelzão fica a saudade e para sempre sua amizade e companheirismo. Que Deus conforte sua família e que ele descanse em paz”, diz o texto.
Na mesma página, o coordenador do Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano, divulgou uma mensagem em homenagem ao amigo e colega.
Por meio de nota, o Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG lamentou o falecimento do professor. Antônio deixa mulher, quatro filhos, uma neta, e uma legião de admiradores e saudade. (Com informações de João Henrique do Vale e Junia Oliveira).